A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) reconhece como um avanço a decisão do governo dos Estados Unidos de cortar o tarifaço para alimentos importados do Brasil, conforme anúncio feito quinta-feira (20). Mas acentua que essa lista não traz alívio aos exportadores catarinenses.
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– Vemos a medida com otimismo, pois sinaliza que os canais de negociação estão sendo efetivos, mas a lista é composta basicamente por itens primários, enquanto Santa Catarina exporta aos Estados Unidos predominantemente produtos industrializados – destaca o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme.
– Não foram contemplados itens que fazem parte da chamada investigação 232, por meio da qual produtos brasileiros como madeira e móveis são sobretaxados. Por isso, seguimos atentos aos resultados deste processo e na expectativa de que as negociações entre os dois países possam avançar também nestas áreas – disse também o presidente da Fiesc.
O industrial ressalta que produtos de madeira e móveis respondem por 37,3% das exportações de Santa Catarina para os Estados Unidos.
A pauta de produtos isentos agora envolve mais alimentos, cujos custos estão pesando para o consumidor americano, observa o industrial. Destaca que SC vende mais industrializados aos EUA. Acredita que quando for negociar para esse setor, o presidente Donald Trump vai cobrar contrapartida do Brasil.
Entre os dados que ele destaca para mostrar a crise, está a queda de 9,3% das exportações de SC aos EUA este ano. A entidade previu que, se o tarifaço continuar, o setor vai perder 19 mil empregos em um ano e 45 mil vagas em três anos.
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A Fiesc apurou que em agosto e setembro foi registrado pela indústria catarinense o fechamento de 1,7 mil postos de trabalho no setor de madeira, 562 no de móveis, 446 em máquinas e equipamentos e 313 na indústria metalúrgica. A entidade trabalha junto com a Confederação Nacional da Indústria para colaborar nas negociações pelo fim da taxação.
Medidas de ajuda da Fiesc a empresas afetadas: Programa desTarifaço
– apoio na obtenção de crédito e benefícios governamentais;
– consultoria para a abertura de novos mercados e para a adequação de produtos e linhas de produção;
– orientação jurídica sobre recursos trabalhistas e negociações sindicais;
– qualificação para funcionários inativos;
– acolhimento e requalificação para trabalhadores demitidos.
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