Pressionadas pelos impactos da pandemia e atentas à necessidade de gerar emprego e renda, prefeituras catarinenses estão elaborando e implantando programas de desenvolvimento econômico. O objetivo é melhorar ambiente de negócios, acelerar a abertura de empresas e atrair investimentos.
Isso vem acontecendo em municípios grandes, médios e pequenos, afirma Piter Santana, presidente da Ampe Metropolitana, entidade da Grande Florianópolis, que está entre as que vêm incentivando a elaboração e adoção de planos assim. Ex-superintendente de Desenvolvimento Econômico da Capital, ele incentivou a Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) a criar um colegiado sobre o tema no final do ano passado e, atualmente, é consultor voluntário da Associação dos Municípios do Norte de SC (Amunesc) sobre o tema.

Continua depois da publicidade

Saiba quais são as prefeituras analógicas para abertura de empresas em SC

Entre os exemplos de administrações que adotaram plano de desenvolvimento econômico está a do prefeito Orvino Coelho de Ávila, de São José, que acaba de lançar campanha para mostrar ao Estado os diferenciais do quinto maior município de SC. Isso porque, por estar ao lado da Capital, muitas vezes não tem seu potencial em evidência. A campanha fala, por exemplo, que São José registrou o maior saldo de novos empregos na região em 2020 e é a 21ª cidade do país em qualidade de vida. O plano Avança São José é executado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Marcelo Fett. Inclui, por exemplo, desburocratização, crédito produtivo e nota fiscal premiada.

MP entra na Justiça para pedir mais restrições e socorro à economia

Para Piter Santana, avanços como a digitalização, a lei da Liberdade Econômica que permite desburocratizar processos e programas municipais de crédito, como o juro zero são oportunidades para incentivar o empreendedorismo nas cidades e, assim, aquecer a economia. Empreendedor e associativista, ele foi superintendente de Desenvolvimento Econômico da primeira gestão de Gean Loureiro, na Capital, quando articulou a implantação dos programas Juro Zero Floripa e Exporta Floripa, além de apoiar a adoção pelo município, do programa Cidade Empreendedora, do Sebrae-SC.
-Todo município precisa ter alguém, com perfil mais técnico, pensando o desenvolvimento econômico. Eu tenho alertado isso para gestores municipais em reuniões nas associações de municípios e fiz isso também na Fecam – disse Piter Santana.

Continua depois da publicidade

Em Florianópolis, como já implantou diversos programas econômicos na primeira gestão, o prefeito Gean Loureiro tem como programa econômico principal, no segundo madato, o Floripa Mais Empregos, que visa a criação de 20 mil oportunidades de trabalho para a retomada do crescimento econômico. Quem está à frente é o você-prefeito Topazio Neto, empresário do setor de tecnologia.

– O foco é capacitar pessoas para os setores mais carentes de profissionais. Ouvimos os segmentos de turismo, tecnologia, empreendedorismo, construção civil, comércio e saúde. O plano será estruturado em indicadores e ocorrerá em paralelo ao maior programa de investimentos públicos da cidade, capitaneado pelo prefeito Gean Loureiro – afirma o vice-prefeito, que prevê para breve um levantamento de postos de trabalho na Capital.
Outra gestão que foca o desenvolvimento econômico é a de Tijucas, na Grande Florianópolis. O prefeito Eloi Mariano Rocha escolheu para vice o empresário Sérgio Cardoso, ex-diretor Administrativo e de Finanças do Sebrae-SC e ex-gestor de escolas técnicas do Senai-SC.
– Com 42 mil habitantes e cortada pela BR-101, Tijucas é um município que tem tudo para crescer. Temos oito mil lotes residenciais aprovados e em aprovação, 6 milhões de metros quadrados para novas indústrias e também condições para receber empresas de outros setores. Nos últimos anos, recebemos muitas empresas novas – afirmou Sérgio Cardoso.

Taxa de desemprego de SC cai para 5,3% e segue a menor do Brasil

Na avaliação de Piter Santana, a troca de informações sobre programas e estratégias de desenvolvimento econômico entre gestores municipais é muito importante. Isso porque um pode replicar modelo já adotado por outro porque os desafios, nas administrações de cidades, são muito parecidos. Todos desejam ter economia dinâmica, que permite abrir empresas rapidamente e tenha maior geração de renda local. Assim, também melhora o movimento econômico, indicador que determina o retorno de ICMS para cada prefeitura.
Ele cita como exemplos também o novo prefeito de Navegantes, Libardoni Fronza, que pediu sugestões para um programa de desenvolvimento econômico e a prefeita de Zortéa, Rosane Pires Infeld, que tem interesse em implantar um programa Juro Zero no município.