O sistema de microcrédito, também chamado de microfinanças, está fazendo a diferença para muitos pequenos negócios nestes tempos de inflação alta, que força também juros altos no Brasil. Entre as instituições de microcrédito que estão sentindo essa maior procura estão o Banco do Empreendedor e o Banco da Família.
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O Banco do Empreendedor, principal instituição de microcrédito das regiões de Florianópolis e Joinville, mas com atuação em diversas outras regiões do estado, tem registrado procura 50% maior por financiamentos desde o ano passado, informa o diretor-superintendente, Luiz Carlos Floriani. Mas como as instituições são cautelosas na liberação de recursos, as liberações efetivas cresceram 12% no mesmo período.
Floriani explica que o cenário econômico Brasileiro, com inflação alta e persistente, tem afetado muitos pequenos negócios. Primeiro, essas empresas procuram o sistema financeiro convencional, usam limites de empréstimos e até de cartão de crédito. Depois, elas procuram o sistema de microcrédito, que é um pouco mais flexível e opera com negócios formais e informais.
Uma das preocupações do setor de microcrédito é a inadimplência um pouco maior. Até 2023, a média de inadimplência nesse segmento financeiro era de 3%, mas agora subiu para cerca de 4%, informa o superintendente do Banco do Empreendedor.
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O Banco da Família, que tem sede em Lages e atuação em toda a região Sul, informa um cenário semelhante. A instituição aumentou em 8,77% o total de recursos emprestados no primeiro trimestre deste ano frente aos mesmos meses de 2024, chegando a R$ 10,6 milhões.
Também o Banco da Família enfrenta maior pressão na inadimplência. No ano passado ficou numa média de 4,16% e, no primeiro trimestre deste ano subiu para 4,46%.
Uma opção que os pequenos negócios têm é recorrer ao programa de microcrédito de Juro Zero do governo do Estado. Todo o sistema de microcrédito em Santa Catarina opera com crédito para investimentos ou capital de giro.
Para Joinville, uma novidade é que no próximo mês, de junho, a prefeitura volta a oferecer juro zero para financiamentos de projetos de microempresas ou MEIs. O programa foi suspenso no ano passado em função da eleição.
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A pressão da inflação e dos juros altos vai continuar este ano porque os alimentos seguem aumentando e o Banco Central precisa manter os juros altos para conter a inflação. Uma esperança é que a queda da cotação do dólar em função dos impactos das tarifas dos Estados Unidos comece a impactar os preços no Brasil e reduzir a inflação. Assim, o Banco Central também poderá reduzir os juros, caso não apareçam outros problemas que elevem o dólar outra vez.
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