A maioria das crianças, em especial as que têm Transtorno do Espectro Autista (TEA), não gostam de atendimentos de saúde. Por isso, a Clínica Pupiloo, de Florianópolis, especializada em oftalmologia pediátrica e tratamento clínico e cirúrgico de estrabismo, criou metodologia própria para ‘consultar brincando’. Todo atendimento é com foco nos pequenos e suas famílias, em ambiente divertido, respeitando o tempo da criança, minimizando os momentos de potenciais desconfortos para que a experiência seja o mais agradável e sem traumas possíveis.
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– Nossa filosofia na Pupiloo é que o exame nos olhos não seja considerado somente um exame, mas sim algo divertido a ser incorporado na rotina, tirando proveito do ambiente lúdico e aconchegante da clínica. Queremos mostrar que a consulta oftalmológica não é necessariamente algo estressante, doloroso, difícil ou com “pic” (injeção). Queremos que as crianças, quando pensem na clínica, associem o evento aos momentos de diversão que terão lá, e não aos procedimentos médicos em si que serão realizados. Tentamos tudo para não provocar medo nelas. Para isso, eu até parei de atender com jaleco, pois o jaleco branco deixava muitas crianças desconfortáveis e assustadas – destaca a médica oftalmopediatra Maria Júlia Philippi Silveira, cofundadora da clínica juntamente com a também oftalmopediatra Manoela Bruggemann.
Veja mais imagens sobre o atendimento de oftalmopediatria da Clínica Pupiloo, em SC:
O atendimento humanizado da Pupiloo começa desde a confirmação da consulta. A secretária pergunta se a criança tem algum diagnóstico associado ou alguma insegurança em relação a consultas médicas. Se sim, como por exemplo em crianças com transtorno do espectro autista (TEA), ela envia um vídeo sobre a clínica e a consulta para a criança se familiarizar com o ambiente antecipadamente.
– Fiz um vídeo de dois minutos sobre como é a minha consulta porque para crianças com TEA é muito importante a previsibilidade. Um fator que gera crise nelas é não saber o que vai acontecer e fazer coisas que não esperavam. No vídeo, eu detalho como é o meu exame tanto no ambiente do consultório, quanto na minha consulta em si para as crianças se sentirem mais à vontade e sentirem que estão participando mais ativamente do seu exame – explica Maria Júlia.
Segundo ela, a consulta é feita “no tempo da criança”. Se, por algum motivo, não puder ser realizada integralmente na hora agendada, pode ser marcado novo horário, em outro dia. Algumas crianças com TEA são não-verbais, mas se comunicam por tablet. Independentemente de a criança se comunicar ou não, o exame oftalmológico pode ser feito desde o nascimento e mostra se a criança tem ou não algum problema de visão.
Também faz parte da rotina da consulta as médicas informarem todos os passos para os pais ou acompanhantes. Depois, a criança é convidada a colaborar, fazer junto. Isso porque, na avaliação da das médicas da Pupiloo, as crianças precisam ser ouvidas e respeitadas.
Para crianças os exames também incluem colocar colírios (anestésicos e medicamento para dilatar a pupila). Tudo é combinado antes. A criança é informada que um colírio é como uma gota de água da piscina. Muitas vezes, para animar os mais novos, a boneca Maria Preguiça também recebe colírio.
Para melhor atender crianças no espectro autista, Maria Júlia acompanhou o trabalho de um médico especialista no transtorno. Também se reuniu com integrantes do Projeto Aura, da Unimed Florianópolis, voltado a cuidados com autistas.
Além disso, a médica também fez especialização em estrabismo clínico e cirúrgico no Hospital infantil Joana de Gusmão, e outros cursos, o mais recente vinculado à Universidade Federal Paulista (Unifesp). Aprendeu uma técnica minimamente invasiva para cirurgia de estrabismo e um tratamento com uso de botox.
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A médica Manoela Bruggemann também transforma os exames em brincadeiras para as crianças para que as consultas sejam mais afetuosas e nem pareçam uma avaliação médica.
– Algumas crianças precisam de um atendimento bem individualizado, e ter esse olhar atento faz toda a diferença. Por isso, faço questão de criar um ambiente acolhedor, com uma linguagem leve e lúdica desde o primeiro contato. Converso diretamente com as crianças, transformo os exames em brincadeiras, e tudo é pensado para que elas nem percebam que estão passando por uma avaliação médica. Um atendimento mais humano e afetuoso torna a consulta mais tranquila (para elas e para mim) e faz com que tudo flua de forma leve e natural – explica a oftalmopediatra Manoela.
Segundo ela, esse atendimento humanizado traz tranquilidade e segurança não só para os pequenos, mas também para os pais. Isso resulta em um atendimento mais eficaz.
– As reações costumam ser muito positivas tanto das crianças quanto das famílias. Muitas vezes, os pais chegam apreensivos, achando que será difícil realizar os exames, mas se surpreendem ao ver que a consulta vai fluindo de uma forma muito tranquila. Um atendimento mais divertido não é só agradável, mas também eficaz. Ele cria vínculos, reduz a ansiedade e transforma o cuidado em algo eficiente, leve e acolhedor – destaca Manoela.  
Em atividade desde janeiro de 2025, a Clínica Pupiloo realiza atendimento médico somente por meio de planos de saúde ou totalmente privado.
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Abril Azul, de conscientização sobre o autismo
Denominado Abril Azul, o mês é dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) a partir de uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), que definiu a data de 02 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
No Brasil, as estimativas são de que 2 milhões de pessoas tenham essa condição e, no mundo, são cerca de 70 milhões de pessoas. Uma a cada 160 crianças têm esse transtorno e a maioria não é tratada adequadamente.
Com o acompanhamento necessário, é possível ter uma vida dentro da normalidade. A história mostra que muitos têm inteligência acima da média e colaboram para grandes invenções ou fundação de grandes empresas. Entre os que apresentaram características de autismo estão Albert Einstein, Charles Darwin, Isacc Neuton, Alan Turing e Elon Musk.
Antonietas
Antonietas é um projeto da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.
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