A violência contra meninas e mulheres persiste causando perdas sociais e econômicas relevantes. E como em Santa Catarina o problema é crítico – 33% do total de crimes praticados no estado – a Federação das Associações Empresariais (Facisc), o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o governo do estado e a NSC, por meio do movimento Antonietas, se uniram para enfrentar esse problema. Lançaram a campanha Aqui Não e aderiram ao protocolo do MPSC Não é Não.
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O evento aconteceu na tarde desta terça-feira, na Facisc, quando o presidente da entidade, Elson Otto, e o vice-presidente César Smieleviski, receberam autoridades e lideranças, entre as quais a vice-governadora Marilisa Boehm, o procurador do MPSC, Andrey Cunha Amorim, a promotora de Justiça do MPSC, Chimelly de Resenes Marcon, a secretária de Estado do Bem-Estar, Mulher e Família Adeliana Dal Pont, o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), Ulisses Gabriel, e a coordenadora de conteúdo digital da NSC, Raquel Vieira, representando o projeto Antonietas.
Este é um movimento inédito e o maior já lançado em Santa Catarina para combater o problema que causa perdas familiares, sociais e econômicas ainda não totalmente contabilizadas. Os dados oficiais do estado mostram que em 2025, até agora, já foram registrados mais de 9 mil casos de lesões corporais e 84 feminicídios.
As perdas econômicas da violência contra a mulher incluem queda de produtividade no trabalho, falta ao trabalho, perdas salariais, perdas de receitas para empresas e de impostos para o setor público.
Em painel no evento, a promotora Chimelly destacou estudo feito pela Universidade Federal do Ceará em 2017, no qual a violência contra a mulher causa perda da ordem de R$ 1 bilhão por ano no Brasil. Ela citou também estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo o qual a violência contra a mulher causa perda de 2% do Produto Interno Bruto Mundial (PIB), o que resulta por ano um prejuízo de US$ 1,5 trilhão, igual ao PIB do Canadá.
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Outro estudo, destacado por esta colunista no painel, é o realizado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e divulgado em 2021. Ele estimou que em período de 10 anos a violência contra a mulher gerou impacto negativo de R$ 214,2 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No mesmo período, causou no país perda de 1,96 milhão de postos de trabalho, de R$ 91,44 bilhões em salários e de R$ 16,44 bilhões em tributos.
Também palestrante no painel, a presidente da Associação Empresarial de Blumenau, Christiane Buerger, chamou a atenção para o impacto da violência nas famílias que se reflete em menor aprendizado das crianças na escola. Isso afeta a formação profissional delas e limita o desenvolvimento econômico. A empresária ressaltou ainda que a violência contra a mulher afeta todas as classes sociais.
A vice-governadora Marilisa Boehm destacou que, como delegada, fundou a primeira Delegacia da Mulher de Joinville e sofreu muito preconceito para desenvolver o trabalho. Para ela, essa campanha lançada agora vai longe porque tem muitos envolvidos na multiplicação de informações que visam o combate à violência contra a mulher.
De acordo com o presidente da Facisc, Elson Otto, a campanha será difundida para as associações empresariais do estado e elas levarão para empresas e trabalhadores. O empresário reconhece que as predas econômicas desse problema são elevadas que a campanha chega em boa hora para o associativismo empresarial, que está dando mais espaço para as mulheres. Das 149 associações do sistema, 49 são presididas por empresárias atualmente.
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– A violência contra a mulher é uma realidade ainda em Santa Catarina e nós precisamos resolver esse problema porque é um grande desafio coletivo. Nós precisamos ter ação, informação e rede de apoio. É um problema que atinge toda a nossa comunidade e o empresário está inserido na comunidade. Então ele precisa participar, mobilizar para enfrentar esse grande desafio que temos pela frente. E a Facisc, mais uma vez, está presente para ajudar a enfrentar esse problema que é da comunidade – destacou o presidente da federação, Elson Otto.
Veja mais imagens do evento de lançamento da campanha “Aqui Não”:
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