Um dos principais painéis do Meeting Comex, evento sobre comércio internacional realizado pela Associação Empresarial de Joinville (Acij), na Expoville, terça e quarta-feira foi com líderes de grandes empresas que debateram estratégias para o atual contexto econômico e geopolítico. O programa de tarifas recíprocas de Donald Trump, com seus desafios e oportunidades foi o assunto dominante.
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O grupo de C-Level (presidentes e diretores) que participou do painel foi integrado por Fernando Fagiani, sócio-diretor da Ernest & Young; Rodrigo Diaz, diretor de produtos da Thomson Reuters, Otávio Rodacoswiski, diretor da planta BMW do Brasil; Sandro Sambaqui, diretor da Arcelor Mittal; Gilberto Heinzelmann, empreendedor e sênior advisor em M&A e Estratégia; e Diego Pettinazzi, diretor de Marketing e de Desenvolvimento de Negócios do Ascensus Group, que fez a mediação.
– O Antônio Costa, presidente do Conselho Europeu, postou na rede social X dele que a Europa está advogando em função do livre comércio, que ela defende o livre comércio, uma negociação mais justa e que vai investir no Mercosul, vai investir nas negociações com o México, ela vai investir nas negociações com a Índia. Então, existem movimentos e tendências no mundo que se nós tivermos atento a eles e estivermos prontos, podemos ter grandes oportunidades – disse Fernando Fagiani, da Ernest & Young (EY).
De acordo com o diretor de produtos da Thomson Reuters, Rodrigo Diaz, estudos da empresa apontam que a adoção de tecnologias como diferencial estratégico ajuda nos cenários dos mercados interno e externo. Ele citou exemplo de indústria que encontrou mais vantagem em expandir em Minas Gerais, devido a um tipo especial de incentivo, do que ampliar na Zona Franca de Manaus nessa fase de tarifas nos EUA.
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O diretor da montadora BMW em Araquari, Santa Catarina, Otávio Rodacoswiski, comentou sobre a relevância do comércio exterior para o mundo, atualmente.
– O comércio exterior, com certeza, é a válvula do mundo, hoje. Então, quem mexe com comércio exterior está no centro de tudo agora. Então, você pensa: tem alguém mexendo em uma torneirinha, num governo ou no outro. E se prepare, porque eles vão abrir e fechar a torneira várias vezes – alertou Otávio Rodacoswiski.
O diretor da planta da ArcelorMittal em São Franciso do Sul, Sandro Sambaqui, destacou que nesse momento de turbulência em função das tarifas dos EUA, a palavra de ordem é cautela. Mas os planejamentos de médio e longo prazo continuam com base nas estratégias de cada empresa.
– Não existe nenhuma guinada radical, nenhuma mudança de rota. A gente vê as empresas se preparando, não só para as medidas de Donald Trump, não só para essa decisão americana, mas também com o que vai vir com o resto do mundo – afirmou Sandro Sambaqui.
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O empresário Gilberto Heinzelmann comentou sobre as dificuldades que os Estados Unidos terão para retomar a produção industrial. Ele falou com conhecimento de causa porque, como gestor de multinacional de Joinville nos Estados Unidos há cerca de 20 anos, ele acompanhou o fechamento de fábricas nos EUA para que a produção fosse transferida para a Ásia.
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