Topografia complexa e baixos investimentos em logística são reconhecidos desafios para o transporte rodoviário em Santa Catarina, mas enquanto o esperado túnel não é construído na região do Morro dos Cavalos, na BR-101, uma solução pode ser a instalação de redutores de velocidade para veículos de carga. O comentário seguido de sugestão é do presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga e Logística de Santa Catarina (Fetrancesc), Dagnor Schneider, ao analisar o acidente envolvendo carreta de combustível que causou acidente, caos e fechamento da rodovia nessa região, mais uma vez.
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– Para veículos de carga, nesses trechos mais críticos, poderia ter uma restrição. Já existe uma restrição natural por uma questão de segurança operacional, que deveria estar intrínseca ao profissional (motorista). Mas eu entendo que poderia, num trecho de maior risco, limitar a velocidade de veículo de carga. Temos limite de 60% na descida do Morro do Boi, em Balneário Camboriú e no Morro dos Cavalos, sentido Porto Alegre. Poderia ter, também, nas descidas do Morro dos Cavalos sentido Norte – observa o presidente da Fetrancesc, Dagnor Schneider.
Veja imagens de veículos queimados e do avião que caiu perto de um caminhão de combustível:
De acordo com o presidente da federação, o motorista de veículo de carga precisa trafegar na velocidade da via indicada para movimentação de carga. Além dos obstáculos já citados, ele ressalta que a ocupação das rodovias catarinenses por quilômetro é uma das maiores do Brasil.
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– Temos cada vez mais movimentações sobre rodovias. Com uma malha rodoviária que não é adequada, deveríamos ter menos veículos por quilômetro. Isso é uma questão que a gente fala sempre. Santa Catarina tem mais de 880 veículos por quilômetro pavimentado enquanto o Paraná tem cerca de 440 por quilômetro, a metade da média de SC – observa o empresário.
– Santa Catarina tem uma topografia que não favorece muito. Temos muitas montanhas, serras, declives e aclives que acabam potencializando riscos. Também temos uma malha rodoviária não tão bem cuidada, com limitações. A gente fala de projetos. Quando se olha para a BR-101 no Morro dos Cavalos, o projeto alternativo inclui túneis. E quando olhamos para a BR-101 Norte, está colapsada. De outro lado, temos cada vez mais caminhões movimentando combustíveis. É combustível subindo, combustível descendo, é etanol, é diesel, é gasolina, é biodiesel, enfim – comentou Dagnor Schneider.
A propósito, o presidente da Fetrancesc observou que o avião monomotor que fez pouso forçado na BR-101 Norte, em Garuva, sábado à tarde, também quase atingiu um caminhão transportador de combustível. Segundo ele, álcool etílico é um o combustível altamente explosivo.
Sobre a causa do acidente deste domingo, o presidente da federação comentou que é preciso apurar se foi problema técnico ou falha humana. O empresário observou que, devido à falta de profissionais qualificados, é cada vez mais difícil encontrar motoristas treinados para atuar com cargas perigosas. Isso exige um treinamento específico além da formação geral.
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