O cenário econômico internacional está favorável para Santa Catarina e também para o Brasil e deve seguir assim não só no curto e médio prazo, mas nas próximas décadas. Essa é a visão do economista Pablo Bittencourt, assessor da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que foi destacada na palestra Panorama econômico: análises e perspectivas, na reunião do conselho da Associação Empresarial de Joinville (Acij) desta segunda-feira à noite.
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Na análise de Bittencourt, os fortes estímulos econômicos promovidos pelo governo do presidente dos EUA, Joe Biden, não visam apenas volta do crescimento em função da pandemia, mas uma retomada de produção e liderança tecnológica de longo prazo frente à China. A intenção é recuperar terreno em relação à economia do gigante asiático que cresceu 200 vezes nos últimos 70 anos. Ao crescer mais, a economia americana vai puxar principalmente as economias ocidentais e o Brasil está inserido nisso, apesar de responder por menos de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) global.
-As reuniões do governo Biden com o G7 e com a OTAN deram clara informação ao mundo de que os EUA estão preocupados com o avanço chinês e dispostos a contra-atacar para recuperar espaço – afirmou o economista.
Os Estados Unidos são o maior mercado de produtos industrializados de Santa Catarina e também importantes parceiros do Brasil. Essa retomada de longo prazo significa, segundo o economista, oportunidades de mais exportações para diversos setores econômicos do Estado. Além disso, como o salário mínimo dos EUA deve aumentar, mais empresas americanas podem optar por produzir em países em desenvolvimento, como o Brasil.
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Para Bittencourt, no momento, os maiores obstáculos das empresas brasileiras são a crise hídrica, as incertezas da pandemia, desemprego alto e ambiente político instável em função da CPI. É em meio a essas dificuldades que as empresas precisam se empenhar para crescer nos mercados interno e externo.
Apesar disso, as perspectivas são positivas atualmente para a economia de SC, avalia o economista. Uma das principais razões é a diversificação industrial do Estado. Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) catarinense, este ano, deve crescer em torno de 4,5%.