As mudanças geopolíticas para a economia devido à pandemia e a guerra Rússia e Ucrânia estão motivando novos movimentos de países para fazer negócios com parceiros mais próximos. Portugal e Itália identificam potencial para elevar trocas comerciais com Santa Catarina e uma das razões a mais é o acordo Mercosul-União Europeia que pode entrar em vigor em breve. O embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, visitou a Federação das Indústrias de SC (Fiesc) e o governo do Estado nesta quinta-feira e a Câmara Italiana de Comércio e Indústria de SC (CCIESC) debateu o tema em evento virtual.

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À frente de comitiva portuguesa, na Fiesc o embaixador Luís Faro Ramos disse que há sempre oportunidade para mais negócios, para diversificar. Na reunião com o presidente da federação, Mario Cezar de Aguiar, e com a presidente da Câmara de Comércio Exterior, Maria Teresa Bustamante, ele disse que Portugal é um dos países mais interessados na entrada em vigor do acordo Mercosul-União Europeia.

Para Aguiar, SC tem potencial para exportar mais ao mercado português que conta com balança superavitária. Segundo levantamento da Fiesc, em 2021 o Estado exportou US$ 39,4 milhões a Portugal, com destaque para equipamentos elétricos, agropecuária, alimentos, madeira, móveis, máquinas e equipamentos.

Em contrapartida, importou US$ 222,3 milhões, principalmente alimentos e bebidas como azeite e vinho, máquinas e equipamentos, metalurgia e cerâmica.

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O governador Carlos Moisés recebeu o embaixador Ramos na Casa D’Agronômica. Falou dos laços entre o Estado e o país, principalmente com a vinda da imigração açoriana e do potencial de mais negócios e intercâmbios em outras áreas, além da econômica. Para Ramos, dois pontos em comum entre SC e Portugal são a modernidade e competitividade econômica. Sobre possível voo direto entre Florianópolis e Lisboa pela companhia TAP, o diplomata disse que será feito um estudo de viabilidade. 

Santa Catarina e Itália

A possibilidade de entrada em vigor do acordo Mercosul-União Europeia, esperado há décadas pelo setor produtivo de SC, também anima negociações com a Itália. Esse foi o destaque de evento virtual realizado pela Câmara Italiana de Comércio e Indústria de Santa Catarina (CCIESC) nesta quarta-feira, presidida pelo advogado Tullo Cavallazzi Filho. No primeiro webinar, o palestrante foi o consultor Leonardo Baldissera.

Na avaliação do consultor, um dos impactos da pandemia e da guerra é a aceleração dos investimentos na economia “verde”, em especial a geração de energia. Isso porque a Alemanha e França são os países mais dependentes do gás natural russo e querem encontrar alternativas.

– Essa é uma transformação em andamento – e o Brasil pode se beneficiar se estiver preparado – disse Baldissera, para quem a indústria de alimentos do Mercosul também poderá se beneficiar.

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