Durante o seminário internacional sobre o Tratado de Livre Comércio entre Países do Mercosul e União Europeia (UE) realizado pela Assembleia Legislativa de SC (Alesc), especialistas falaram que o acordo será finalizado este ano. Mas para ampliar exportações, são muitos os desafios. Um dos projetos defendidos com esse objetivo foi de um acordo de livre comércio dos países da América do Sul para reduzir burocracia e facilitar negócios.
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Essa ideia foi defendida pelo subsecretário de Negócios Internacionais do Estado de São Paulo, Samo Tosatti, que é diplomata do Ministério das Relações Exteriores e atuou no acordo Brasil-Chile e também na Europa.
Tosatti participou do painel “A Importância da Integração Interamericana”, que teve também como palestrante o secretário de Articulação Internacional de SC, Juliano Froehner, com mediação do deputado Ivan Natz. Conforme o secretário paulista, um acordo sul-americano único reduziria custos burocráticos para as empresas e facilitaria negócios.
– A ideia é substituir todos os acordos entre países da América do Sul por um único acordo de livre comércio, abrangente, que vá além da redução tarifária. Precisamos de um acordo mais moderno, que inclua investimentos, pequenas empresas, questões de gênero e serviços – destacou Samo Tosatti.
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O secretário Juliano Froehner informou que o governo estadual é favorável ao acordo de livre comércio Mercosul e União Europeia. Mas também defendeu um fortalecimento do Mercosul.
– Trago a visão do governo de Santa Catarina. É importante que o acordo (Mercosul e União Europeia) saia, mas como vamos interagir com o governo federal para levar nossa posição para que isso aconteça de modo a ter uma participação interessante? Chegou a hora dos estados se manifestarem, terem uma participação mais ativa. Se você opta por não cutucar para não evoluir, opta por deixar tudo como está, mas para Santa Catarina esta não é uma opção – afirmou o secretário Froehner.

Desafios do agro na Europa
Enquanto boa parte da indústria catarinense terá mais oportunidades para exportar ao mercado europeu quando entrar em vigor o acordo Mercosul e União Europeia, o desafio do agronegócio continuará.
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Isso porque a limitação à entrada de produtos do agro do Mercosul seguirá naquele mercado. De acordo com o diretor Comercial de Mercado Externo da Aurora Coop, Dilvo Casagranda, as exportações de proteínas de Santa Catarina são limitadas para a Europa e, com o acordo, as oportunidades serão para produtos de nicho, mais caros, a exemplo do comércio com os Estados Unidos e Japão.
Segundo ele, os grandes volumes de produção estão registrando mercados crescentes principalmente na Ásia e na África. Essa tendência vai se acentuar ainda mais, o que impõe desafio de produzir com qualidade, produtividade e baixo custo.
A Aurora exportava, em 2003, mensalmente, 8.037 toneladas. Este ano de 2023, portanto 20 anos depois, vai fechar com uma média de 59.017 toneladas por mês, o que significa sete vezes o volume de duas décadas atrás. Em 2022, a central cooperativa exportava carne de frango para 145 destinos e carne suína para 88 destinos.
O empresário André Odebrecht, presidente da Cassava e também vice-presidente da Federação das Indústrias (Fiesc) para o Alto Vale do Itajaí, afirmou que a empresa que lidera tem avançado com produtos de alto valor agregado, derivados de mandioca. Mas não tem conseguido avançar no mercado europeu por falta de um acordo bilateral com a Europa, a exemplo do que detém a Tailândia.
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– A gente vai precisar de um acordo bilateral para adequar isso além dos termos que estão nesse acordo do Mercosul. Vai ter que ter um acordo específico porque a linha de produtos é protegida por uma outra regulamentação europeia. Seria uma questão de vontade proativa para regular isso – observou o empresário.
Com 70 anos, a Cassava exporta desde que iniciou atividades. O principal mercado são os Estados Unidos, que não impõem barreiras. Os produtos são usados na composição de alimentos e de outros produtos industrializados.
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