Há uma chance razoável de que a prefeitura de Blumenau anuncie nesta semana novas medidas restritivas contra a disseminação do novo coronavírus. Os sinais são evidentes. Nos números e também no comportamento das autoridades.
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Geralmente acessível a pedidos de entrevista, na tarde de segunda-feira (22) o prefeito Mário Hildebrandt não atendeu jornalistas. Disse que responderia a perguntas na transmissão ao vivo que faz diariamente às 18h45min.
Nos minutos que antecederam a live, permaneceu reunido a portas fechadas com integrantes da equipe. Assessores acreditavam que da sala sairiam novas medidas relacionadas à Covid-19. Entretanto, na meia hora em que permaneceu diante da câmera, ao lado do secretário de Saúde Winnetou Krambeck, o prefeito não trouxe novidades. Mas avisou:
“Podemos em breve ter que tomar decisões que não são do nosso agrado”.
O tom da comunicação aos habitantes do município foi de cobrança, em especial por parte de Krambeck:
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“É evidente o quanto o blumenauense se desligou da necessidade do cuidado. Simplesmente acharam que estava resolvido. As pessoas não estão cuidando, isso é fato”.
Fora dos holofotes, os números apontam para uma escalada veloz da Covid-19 em território blumenauense. Se o governo municipal optar por restringir atividades, sobram razões para justificá-las:
1 – Doentes simultâneos
O número de casos ativos no município disparou 164% em um mês. Já passam de 700 pessoas em tratamento ou sendo monitoradas.
2 – UTIs
A capacidade das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) começa a ser pressionada. O Hospital Santo Antônio tinha vagos apenas quatro leitos para adultos na segunda. No Santa Isabel, leitos de reserva estão sendo instalados. Há escassez de dois medicamentos específicos para pacientes intubados.
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3 – Atendimentos
O número de atendimentos no ambulatório montado na Vila Germânica bateu recorde na segunda-feira: foram 154. Na manhã desta terça, o movimento voltou a ser intenso. Mesma tendência observada em ambulatórios e emergências.
4 – Relaxamento
Com o retorno do transporte coletivo, bares, restaurantes, atividades de lazer e academias, há uma sensação geral de que a vida voltou ao normal. É perceptível o relaxamento das pessoas com medidas preventivas básicas. O calor dos últimos dias levou muitos blumenauenses ao litoral, justamente a região em que a pandemia está mais avançada.
5 – Outras cidades
Blumenau não é uma ilha. Itajaí e Balneário Camboriú limitaram o acesso às praias, Florianópolis restringiu o funcionamento de bares e restaurantes à noite e aos fins de semana. O que acontece nessas duas regiões tão próximas é presságio do que o Médio Vale terá de fazer em breve.
Na manhã desta terça-feira (23), a equipe técnica que acompanha a evolução da Covid-19 em Blumenau voltou a se reunir. Parece ser uma questão de quando, e não se, novas medidas serão decretadas.
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