Há uma sensação de descontrole na transmissão da Covid-19 em Santa Catarina. Faltam informações seguras sobre a evolução do número de pessoas contagiadas e a prevalência da variante Ômicron ao mesmo tempo em que a circulação de pessoas desprotegidas em situações de risco é regra. Quem ainda se cuida e está preocupado com a pandemia precisa guiar-se por dados e relatos fragmentados. Às vezes imprecisos.
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Não há controle possível sem informação. Desde o fim do ano, com o apagão de dados do Ministério da Saúde, o país viveu uma calmaria mentirosa, interrompida pelas filas nos pronto-atendimentos após o Ano-Novo. Tampouco houve grandes avanços na oferta de testes em comparação ao ano passado. Enquanto países entregam exames de antígeno gratuitos para os cidadãos terem em casa, por aqui os suspeitos de contágio ainda enfrentam burocracia nas unidades de saúde e misturam-se aos que buscam a vacina.
Some-se a isso a menor disposição das pessoas para testagem. Muita gente vacinada que sente sintomas leves prefere esperar um dia ou dois antes de procurar atendimento, quando procura. Médicos estão indo às redes sociais pedir que os pacientes não sejam negligentes.
Não temos certeza sobre onde, como e em que velocidade o vírus alastra-se. Sabemos menos ainda do que nas ondas anteriores. Por isso o susto desta semana.
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Repete-se a impressão de cerco que se tinha há um ano. Os diagnósticos positivos vão ocorrendo cada vez mais perto no círculo social. Conhecidos, vizinhos, familiares. Contagiar-se parece quase inevitável. Mas não é.
Como me disse o infectologista Amaury Mielle, o primeiro passo é evitar qualquer contato pessoal sem máscara. De preferência, usando a proteção mais eficaz, a PFF2. Ambientes fechados, evitar sempre que possível. Aglomerações, nem ao ar livre. Se ainda assim surgir qualquer sintoma de gripe, isolamento e teste. É o que cada um pode fazer individualmente — além da vacinação em dia e das medidas básicas de higiene.
Com a cobertura vacinal acima dos 70% da população e se as primeiras pesquisas sobre a variante Ômicron estiverem corretas, o alto contágio não impactará os hospitais com a gravidade das ondas anteriores. Se tivermos sorte, pode ser o início do fim da pandemia.
Mas, dois anos depois, é angustiante ter de depender da sorte.
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