
Em recuperação
Há 40 dias o deputado estadual Ivan Naatz (PL) convive com sintomas decorrentes da infecção pelo coronavírus. No fim de outubro, quando a campanha para a prefeitura de Blumenau chegava à fase decisiva, ele começou a sentir um cansaço diferente, acompanhado de tosse e dificuldade para respirar. Naquela semana, 18 das 22 pessoas envolvidas na coordenação e produção da candidatura foram diagnosticadas com Covid-19.
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Impedido de pedir votos nos últimos 10 dias de eleição, acompanhou a distância a própria derrota — ficou na sexta posição, com 7,2 mil votos — e todo o segundo turno, em que Mário Hildebrandt (Podemos), apoiado por Naatz, derrotou João Paulo Kleinübing (DEM). A disputa acabou, o governo municipal já fala em reforma administrativa e Carlos Moisés (PSL) retornou à administração estadual. Mas Naatz continua em recuperação.
— Achei que era uma gripe, mas parece que tem uma coisa no pulmão que não te deixa respirar — descreve.
Ele ainda sente fraqueza e muita tosse. Durante a conversa de 10 minutos por telefone com a coluna, teve de interromper o raciocínio cinco vezes para tossir. Mas o quadro é de gradativa melhora. Na semana passada, quando decidiu descansar com a esposa em uma pousada, no litoral, postou fotos em uma cadeira de rodas. Sem conseguir falar direito e nem caminhar, vieram a angústia e sinais de depressão, segundo Naatz.
— Não tem remédio, o médico não te dá nada. Tem que esperar o organismo se recuperar sozinho. É terrível, terrível, terrível — reclama.
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Logo nos primeiros sintomas, o deputado seguiu a prescrição do chamado "tratamento precoce", com cloroquina, azitromicina e ivermectina. Não deu resultado. Consultou diversos médicos ao longo das últimas cinco semanas.
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Nesta sexta-feira (4), retomou atividades presenciais, viajando ao Sul do Estado para encontrar eleitos pelo PL na região. Fez caminhadas curtas, do carro até os compromissos, conforme orientação médica.
Sobre a situação da pandemia em Santa Catarina, Naatz critica o governo estadual, que considera "perdido", e também o Ministério da Saúde: "tem falhado demais". Apesar das críticas, e ainda abalado pelas complicações da Covid-19, o deputado não arrisca uma solução para o problema em Santa Catarina:
— Sinceramente, eu não sei. Os médicos não sabem muito bem com o que estão lidando — avalia.
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