Uma quarta onda da pandemia de Covid-19 em Blumenau pode estar começando. O alerta é do infectologista Ricardo Freitas, que trabalha no município e também em cidades vizinhas. No programa Santa 3 por 4 desta quarta-feira (12), ele avaliou que o número de novos casos parou de cair no Médio Vale do Itajaí num momento em que a ocupação de leitos de UTI permanece alta.

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— A queda não se sustentou, o número de casos travou num patamar alto. Nas outras ondas, depois de duas ou três semanas de “paraíso”, vamos dizer assim, a gente começou uma outra onda — lembrou.

Para o infectologista, devido à progressão da pandemia e ao avanço da vacinação, a quarta onda tende a ser menor do que as outras, mas pode estender-se e provocar um número alto de internações e mortes.

A média móvel de novos casos de Covid-19 em Blumenau parou de cair no dia 5 de maio, quando atingiu 76 por dia, considerando os sete dias anteriores. Houve um aumento leve até esta quarta, para 80 casos diários. Mas ainda não é possível afirmar que os tempos de estabilidade terminaram.

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Enquanto isso, são 59 pacientes internados em leitos de UTI nos hospitais da cidade. Existem 66 vagas regulares e mais 28 “leitos de guerra”. Segundo Freitas, a vacinação reduziu o número de idosos com quadro grave de Covid-19. Mas a última onda pôs um número grande de pessoas mais jovens, entre 40 e 60 anos de idade, na luta pela vida em um respirador. Uma luta em que as chances de vitória têm se mostrado baixas.

— Infelizmente, a gente tem visto que quem precisa de ventilação mecânica, a taxa de mortalidade é muito alta, beirando os 70%. Não vou dizer que é desanimador, mas a gente fica numa situação muito ruim. Quando você entuba alguém, a intenção é aliviar e dar uma chance de vida, mas parece que a gente está condenando a pessoa — descreve.

Dia das Mães

Entre especialistas e autoridades de saúde, há preocupação quanto ao efeito do Dia das Mães nos números da Covid-19. Encontros familiares podem ter resultado em uma transmissão rápida do coronavírus, que pode aparecer nos gráficos nos próximos dias. Como já escrevi neste espaço, o que fizermos agora determinará se haverá uma quarta onda e, principalmente, qual será a gravidade dela.

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