Neste domingo o brasileiro vai escolher o presidente pela nona vez desde a redemocratização. Contando as decisões em segundo turno, será a 16ª visita consecutiva do eleitor à urna para selecionar o inquilino do Palácio da Alvorada. Pois justamente quando eleição parece ter virado rotina, a rodada decisiva em 2022 põe à prova a resiliência da Nova República e servirá como referendo da Constituição de 1988.
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Circunstâncias objetivas reavivam o antagonismo político do pós-ditadura. De um lado, estão representadas quase todas as forças políticas protagonistas da Assembleia Constituinte e dos governos que vieram a seguir. Do outro, lideranças do passado e do presente que culpam pontos nevrálgicos da Carta vigente pelos problemas nacionais recorrentes.
Embora a economia centralize as preocupações do brasileiro nas Eleições 2022, a decisão de domingo é também sobre para que servem as riquezas naturais do país, sobre quem deve ser responsável por combater a miséria, sobre quem são os povos originários e como inserem-se na sociedade, sobre se existe ou não uma dívida a ser saldada com os descendentes de escravos, sobre que valores o país defende no cenário internacional, sobre os direito à vida e à autodefesa, sobre o funcionamento dos poderes, o papel dos órgãos fiscalizadores e das Forças Armadas…
São todas questões abordadas pela atual Constituição, tratada por um lado da disputa como cidadã e moderna, e por outro como utópica, excessiva em direitos e carente de deveres. Ainda que remendado ao longo de 34 anos, o texto aponta aquilo que forças políticas majoritárias à época desejaram para o Brasil. Para quem o contesta, aspiração e realidade são inconciliáveis.
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O eleitor brasileiro decidirá se Jair Bolsonaro (PL) deve levar adiante o atual processo de redefinição da institucionalidade fruto da Constituição de 1988. Ou se Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve liderar uma concertação política para renovar os ideais da Constituinte.
Na segunda-feira, o país permanecerá dividido, é certo. Mas terá um norte.
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