Há várias maneiras de se medir o alcance destrutivo da crise sanitária do novo Coronavírus sobre a economia real, aquela que diz respeito, diretamente, ao cotidiano das pessoas. Uma destas formas é acompanhar a evolução das compras feitas a prazo nas lojas, seja via cheque, seja no crediário tradicional. Os dados de registros de CPFs no Serviço de Proteção ao Consumidor (SPC) , neste ano, explicam a situação dos negócios em Joinville.

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Aos números: O SPC, órgão vinculado à Câmara de Dirigentes Lojistas,  em Joinville, anotou 14.709 registros de CPFs negativados nos sete primeiros meses deste ano. Em igual período do ano passado (janeiro-julho), o total foi de 23.189. Significa dizer que houve, de janeiro a julho deste ano, 8.480 registros de inadimplentes a menos na comparação com igual período de 2019.

Ou, numa comparação simples, é como se os meses de fevereiro e maio do ano passado tivessem sido riscados do calendário. (Foram anotados 4.026 e 4.423 CPFs negativados nestes dois meses do ano passado).

É fácil compreender o motivo quando se olha para os números mês a mês.

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Em  janeiro, fevereiro e março deste ano houve um certo padrão no número de registros de inadimplentes: 2808; 2069 e 2888, respectivamente, com queda no segundo mês do ano. Mas nada que se compare com o que veio a seguir.

Sim, em abril, todo o comércio de Joinville anotou apenas 1.109 inadimplentes. A razão é única: a pandemia obrigou ao fechamento das lojas, impossibilitando vendas por vários dias seguidos.

Mesmo a partir de maio, com os estabelecimentos já reabertos, mas com horário reduzido de atendimento, o volume de anotações de clientes que deixaram de pagar as prestações não se refez até agora.

Em maio o SPC apontou 2.130 CPFs negativado; em junho um número parecido – 2.138 -, mas em julho foram só 1.567.

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A população ficou sem dinheiro, fruto de milhares de demissões na indústria, nos serviços e no próprio comércio; e está, ainda, com muito com medo do futuro incerto. Assim, deixa de ir às compras.

Como efeito direto dessa conjunção de fatores, dezenas de lojas fecharam de vez, e o comércio de Joinville demitiu 2 mil trabalhadores entre abril e junho de 2020.

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