O empresário Francisco Crestani, de São Miguel do Oeste, é o novo presidente da Associação Catarinense de Supermercados, a Acats. Nesta entrevista, fala de expansão do setor, do comportamento do consumidor, de tecnologias e traça panorama da conjuntura atual.

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Como o senhor avalia o momento do setor de supermercados em Santa Catarina?

Francisco Crestani – Estamos num momento muito bom. O nível de desemprego, no país, é de 14,6% e, em Santa Catarina é de apenas 6,6%. Há regiões do Estado onde está difícil encontrar trabalhador. É o caso de São Miguel do Oeste, de Itapiranga, onde frigoríficos anunciam vagas em motos ou carros de som. Evidentemente, quando mais gente empregada mais renda e mais consumo.

As redes de supermercados estão investindo em novas lojas?

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Crestani – Estamos com uma pesquisa em andamento sobre isso, na Acats. SC é estado bem servido de supermercados, onde predominam os negócios familiares. Concorrência sempre é bom. O cliente não quer saber se a loja é alugada ou própria. Ele quer bons produtos a preços adequados.

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A inflação de alimentos tem sido muito alta nos últimos meses.

Crestani – O consumidor está esperto. Um dos problemas é que os compradores dos supermercados estão acostumados a adquirir itens de determinados fornecedores. De uns tempos pra cá, outros fornecedores entraram e obrigaram os supermercados a se ajustar. O consumidor quer vantagem e busca novas opções.

Há um grau elevado de ruptura, de falta de mercadorias nas prateleiras.

Crestani – Sim. Isso é problema. Vivemos dificuldades no fim de ano. Principalmente no setor de bebidas. E ainda faltam embalagens de plásticos. É que houve redução importante na reciclagem de produtos, por causa da pandemia. Acredito que ainda vai demorar até junho para a situação se normalizar.

A inflação de alimentos é expressiva.

Crestani – Já tivemos foco nisso. Há situações pontuais. Aos poucos, os preços estão caindo. O consumidor está atento e vai deixando de lado os produtos que considera caros. Sim, as marcas líderes estão perdendo espaço. Principalmente no segmento de material de limpeza, onde apareceram novas marcas. O consumidor experimenta; se gostar, compra de novo a marca alternativa.

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A Exposuper 2021 vai ser realizada em Joinville?

Crestani – Depende da evolução da pandemia da Covid-19. Avaliamos a situação e temos até abril para decidir. As feiras são importantes, mas há uma pergunta: todo mundo vai para a feira? Certamente, o volume de palestras, que eram presenciais, vão se tornar online, se a Exposuper acontecer.

Novas tecnologias, como o autoatendimento, lojas sem caixas físicos, vão vingar?

Crestani – Por enquanto, os consumidores optam em ser atendidos por uma pessoa, o caixa. Os supermercados monitoram o comportamento dos clientes para avaliar se compensa migrar. Não estão colocando tecnologias à frente do desejo do consumidor.

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Onde as redes fazem seus maiores investimentos?

Crestani – Ainda é na construção e reforma de lojas, sem dúvida. E nas cidades mais populosas, com maior renda, claro. 85% da população se abastece em supermercados. As compras online tendem a aumentar. Neste período de pandemia, isso já aconteceu. Santa Catarina tem 4.500 supermercados. Eles empregam 80 mil trabalhadores.

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