Neste Dia dos Namorados milhões de casais vão postar suas fotos abraçados, seus vídeos apaixonados, seus stories em jantares românticos, seus reels com imagens do passado e a hashtag #love. Escolha a legenda: “Eu não vivo sem ela”; “Amor Eterno”; “Minha companheira(o) pra vida toda”; ou se você realmente está sem nenhuma criatividade, alguma letra de música que você copiou e colou do Google. O amor é mesmo um clichê, todos nós temos esse coração cheio de esperança de que seja mesmo pra sempre, pra valer, pra vida toda, e tomara que seja. Mas pra ser, tem que ser bom além da foto.

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O amor de verdade é incontrolável. Ele é arrebatador. Em um dia você está solteiro e três dias depois não consegue desgrudar daquele corpo. O amor nos suga, nossa alma, nossa cabeça, o coração dispara se a gente vê alguém parecido com a pessoa que a gente ama. O perfume, o jeito de falar, o nome da pessoa escrito nos créditos de um seriado. As noites em claro! Casais além das fotos conversam noites adentro. Falam e ouvem e riem por horas, dias, meses, sem parar. Se interessam um pelo outro, continuam histórias que não conseguiram terminar semana passada.

Casais apaixonados criam piadas internas, pequenas imitações de outras pessoas, esses casais terão arqui-inimigos jamais assumidos publicamente, mas falarão mal deles pelas costas por séculos, rindo alto e perversamente.

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O amor de verdade pega fogo por alguns meses, talvez anos, e depois de algum tempo ele senta satisfeito pra descansar de tanta intensidade. Um glutão que, depois de tantas histórias e risadas, depois de tantas piadas internas e lembranças e fotos no celular, deita no quarto de hóspedes pra descansar um pouco, fazer a digestão.

O amor de verdade descansa, aproveitando pequenas celebrações, aniversários e datas comemorativas, para surpresas e presentes personalizados. Às vezes, o amor dorme profundamente e perguntamos se voltará a acordar. Mas ele acorda.

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Envelhece. Chega uma hora que tudo é tão gostoso e calmo que ele nem tira mais foto – ou melhor, tira, mas não posta mais. Guarda pra olhar depois. Guarda pra lembrar olhando a tela do celular, comentando daquele peixe delicioso que comemos na praia, daquele tombo que levamos no meio da rua naquela viagem, daquela coincidência incrível que aconteceu aquele ano.

No fim, é isso que o amor de verdade é: uma coincidência. Uma sorte danada. Ninguém mais viveu nada igual no mundo. Uma raridade que só nós temos. “Amor eterno”. “Não vivo sem ela”. Hashtag #love.

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