Seja qual for o resultado do segundo turno das eleições para a reitoria marcadas para esta quarta-feira, a Furb deve intensificar conversas com a UFSC para que a instituição federal ocupe espaços hoje ociosos na universidade regional. Everaldo Grahl, da chapa 1, e Márcia Cristina Sardá Espíndola, da chapa 3, falaram abertamente sobre essa alternativa no último debate entre os dois postulantes ao cargo, realizado na noite desta segunda-feira.
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A possibilidade foi publicamente ventilada pelo atual reitor, João Natel, no encontro de lideranças empresariais com o candidato ao governo do Estado, Gelson Merisio (PSD), na semana passada. O colega Pancho já havia destacado que metade da estrutura física da Furb está ociosa. Hoje, cerca de 8 mil alunos frequentam os cursos da universidade. A capacidade é para o dobro disso, ou seja, 16 mil estudantes. Uma das razões para o cenário de queda de matrículas é o cenário de maior concorrência, com o surgimento de faculdades privadas com mensalidades mais baratas, além da proliferação do modelo de educação a distância.
Durante o debate, tanto Everaldo quanto Márcia revelaram manter contatos prévios com a UFSC. Ela foi enfática ao afirmar que a Furb não pode admitir que Blumenau receba investimentos de outras instituições públicas de ensino enquanto a universidade regional dispõe de servidores, grande infraestrutura de laboratórios e espaço físico subaproveitados. Ele defendeu estudos para que uma possível integração, até mesmo com outras entidades além da federal, ocorra de uma maneira sustentável, inclusive com a possibilidade de mestrados em rede.
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Formação
Os dois candidatos também estão cientes de um apelo comum de entidades representativas e do setor produtivo da cidade referente à formação de mão de obra. Como as relações do mercado evoluem muito rapidamente, muitas vezes as grades curriculares dos cursos de graduação não acompanham essa transformação no mesmo ritmo, gerando um descompasso entre o profissional que é formado pela universidade e o profissional que as empresas esperam.
Everaldo disse que é preciso estudar novos programas pedagógicos que se conectem à realidade do mundo do trabalho. Isso poderia acontecer não apenas no currículo, mas também em alternativas de formação complementar, começando inclusive no ensino médio com cursos técnicos. Já Márcia destacou a construção do Centro de Inovação, no campus 2, como um espaço de inovação que pode servir como área de pesquisa e desenvolvimento das empresas, estimulando estudantes a desenvolverem soluções para demandas trazidas pela indústria e pelo comércio.