Donald Trump está de volta à Casa Branca em meio à expectativa de uma “nova ordem” liderada pelos Estados Unidos. Para analistas e historiadores, dado o contexto geopolítico, a eleição do republicano representa uma guinada mais acentuada ao conservadorismo da maior potência do planeta, com impactos na economia mundial, na correlação de forças entre os poderes e na dinâmica das relações internacionais.
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Se o governo Trump 2.0 seguirá à risca a beligerância de seu líder ou se o discurso do presidente americano é mais bravata do que promessa – a história já provou em outros casos que a agressividade da campanha costuma dar lugar ao pragmatismo na prática –, o tempo irá dizer. Mas o retorno ao poder do bilionário empresário, antes mesmo da posse nesta segunda-feira (20), já provoca mudanças nos mais variados campos.
Tudo sobre a posse de Donald Trump, bilionário que volta à presidência dos Estados Unidos
No mundo corporativo, em claro aceno a Trump, empresas como Amazon, Walmart e McDonald’s extinguiram ou reduziram políticas de inclusão e diversidade, pauta que costuma sofrer pressão da agenda conservadora. A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou há duas semanas o encerramento do programa de checagem de fatos, sob a alegação de que os verificadores seriam politicamente tendenciosos. A moderação de conteúdos publicados nas redes sociais é outro alvo da extrema direita.
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Esse tipo de recuo põe à prova o discurso de empresas – dessas e de outras – e provoca um questionamento inevitável: há convicção sobre políticas de responsabilidade social ou elas simplesmente se moldam ao oportunismo do governo da ocasião?
Não sejamos ingênuos: as grandes corporações são movidas em primeiro lugar pelo lucro – a filantropia é um bônus que só oferece quem está financeiramente bem. A busca por alinhamento com o inquilino da vez do poder é conveniente. A proximidade não raro influencia políticas econômicas, regras sobre protecionismo e taxações e normas de mercado.
Mas como agentes relevantes da economia, as empresas têm um compromisso com causas comunitárias e inclusivas. Ou ao menos deveriam ter.
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Os casos podem indicar apenas um ajuste pontual de rota dessas companhias, restrita ao mercado americano, no aguardo do que está por vir. Neste momento, também não há indícios suficientes para sugerir que haverá um abandono em massa desse tipo de política. Mas os sinais estão postos. Para o Brasil, os Estados Unidos servem de aviso prévio. O que acontece lá quase sempre indica o que está por vir por aqui.
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