Agora é oficial: sob nova direção, a Cristal Blumenau retomou as atividades na fábrica da Rua 2 de Setembro. O vaivém de funcionários da linha de produção já era intenso na manhã desta segunda-feira. Cerca de 70 trabalhadores foram contratados para esta nova fase, muitos deles com passagens anteriores pela empresa.

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Depois de anunciar o encerramento das atividades no início do ano, a Cristal Blumenau sofreu uma troca de comando. A administração passou para as mãos de Tercílio César Longo, profissional com experiência em reestruturação de empresas com dificuldades financeiras.

Mais do que recuperar uma tradição da economia da cidade, o grande desafio dos novos donos será resgatar a credibilidade da marca após anos marcados por dificuldades financeiras. Pedidos feitos ainda no ano passado estão sendo entregues somente agora. Há conversas e negociações com fornecedores e lojistas, com a garantia de que tudo será diferente daqui para frente.

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Na largada, a nova gestão promoveu algumas mudanças para tentar dar mais sustentabilidade ao negócio: diminuiu o número de linhas de produtos – a produção, neste primeiro momento, está concentrada em modelos mais simples de copos e taças de cristal – e reestruturou a área comercial e de vendas. Também há estudos para reduzir as perdas ao longo do processo produtivo.

— Nós encolhemos para crescer — diz o novo vice-presidente da empresa, Rogério Goulart de Lima.

A produção só é acionada com a garantia de compra – antes, produzia-se para vender e agora vende-se primeiro para então produzir, diz Lima. Por enquanto apenas um forno está operando, mas a ideia é que um segundo entre em ação nas próximas semanas. Há peças que estão sendo feitas sob encomenda e outras que abastecerão lojas e pontos de venda do mercado de decoração e presentes. Uma equipe de representantes está sendo montada para atuar em outras regiões do país.

Em paralelo, a nova administração trabalha para colocar as contas em dia. Faturas atrasadas de gás natural e energia elétrica foram quitadas. Sobre as dívidas trabalhistas herdadas da gestão anterior – cujo pagamento é reivindicado na Justiça pelo sindicato que representa a categoria –, a meta, conforme Lima, é zerar tudo em um prazo de 18 meses.

Próximos passos

No médio prazo, a ideia é diversificar a linha de produtos, com o acréscimo de jarras e vasos coloridos, por exemplo. Se tudo sair como o planejado, outros fornos precisarão ser ligados, o que resultará em novas contratações ainda neste ano. Mais para frente, outra meta, mais ousada: uma outra planta, com produção de cristais de vidro sob uma marca diferente. Seriam produtos de custo mais baixo e com maior escala, que permitiriam à empresa ampliar nichos de atuação.

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Aliás

Para desovar o estoque de peças antigas, a Cristal Blumenau vai promover um feirão entre os dias 4 e 15 deste mês na loja de fábrica. Serão mais de 30 mil itens com preços a partir de R$ 6.