Foi só a primeira noite, com todas as ressalvas que uma estreia merece, mas a fotografia inicial desta quinta-feira (2) revelou que a nova Sommerfest Blumenau – ou a programação que sucedê-la no futuro, com outro nome – tem grande potencial para se consolidar no calendário de eventos da cidade. Entre erros e acertos, as impressões colhidas na largada indicam um caminho para enfim acabar com a crise de identidade daquela que por anos foi chamada de “Oktoberfest de Verão” – expressão que a Secretaria de Turismo e Lazer quer abolir do vocabulário dos visitantes.
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A nova Sommerfest é, sem dúvida, mais democrática, pelo menos do ponto de vista musical. A programação conseguiu criar três espaços bem distintos e independentes dentro da Vila Germânica. Quem passou pelo Biergarten, onde garçons serviam pratos típicos da gastronomia germânica – os pedidos chegavam bem rápido, diga-se de passagem – e bandinhas puxavam o coro no palco, se sentiu na Oktoberfest. No setor 1, DJs e bandas de rock, pop e reggae davam ao ambiente ares de festival de música. Do lado de fora, amantes do samba e do pagode só não foram mais longe porque a chuva esfriou os ânimos antes das 22h.
O cardápio musical com opções para todos os gostos é a grande aposta para virar a chave do evento. A estratégia se mostrou promissora quando até mesmo pessoas vestidas com trajes típicos germânicos eram vistas dançando rock ou pagode. Boa parte do público que valoriza as tradições culturais mostrou, afinal, que transita bem por outros estilos. Mas ao mesmo tempo em que é um trunfo, a variedade também provocou certa confusão. Foi difícil definir nesta quinta o que era a Sommerfest. Como a edição deste ano é uma espécie de piloto para o que virá nos próximos anos, esta questão, por enquanto, não chega a ser um problema.
Há outros pontos inerentes à proposta que a organização precisará ajustar para esta sexta (3) e sábado (4). O acesso ao Biergarten é controlado por catracas, mas em dado momento o público que queria voltar ao setor 1 era orientado a dar a volta e passar pelo corredor do lado oposto, que mais parecia uma saída de segurança (o fluxo foi invertido mais tarde). A Vila Germânica sofreu com vários pontos de goteiras que chegaram a formar poças dentro dos pavilhões. A área externa, ainda que tenha ficado vazia a maior parte do tempo por causa da chuva, também precisa de uma melhor iluminação.
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Apesar dos percalços iniciais, que são contornáveis, o público parece ter respondido bem à proposta. Principal atração da estreia, a banda Dazaranha subiu ao palco a 1h, meia hora mais tarde do que o previsto pela programação. A Vila Germânica passou longe de ficar lotada, mas a disposição de muita gente de entrar madrugada adentro em plena quinta-feira à espera de um show de renome é um bom sinal para a organização. Com mais atrações nacionais de peso nesta sexta e com a apresentação da banda Jota Quest no sábado, as próximas duas noites prometem ter casa ainda mais cheia.
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