O impasse envolvendo a municipalização do Complexo do Sesi ameaça deixar o futebol profissional de Blumenau mais um ano sem estádio. Para os torcedores de Metropolitano e BEC, clubes que correm contra o tempo para tentar disputar a segunda divisão do Campeonato Catarinense “em casa”, o saldo da visita do governador Jorginho Mello (PL) à cidade nesta terça-feira (2) não foi animador.

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Durante visita técnica ao complexo, Jorginho reiterou em entrevista à imprensa que o Estado “tem o firme propósito” de entregar o complexo para Blumenau. O governador falou, inclusive, que “a gente tem a decisão tomada de fazer esse investimento”.

Na prática, porém, a operação não é tão simples. O governo parece pouco disposto a tirar R$ 30 milhões do caixa para bancar a estrutura – mais R$ 1,3 milhão devem ser quitados pela prefeitura como contrapartida. A saída para viabilizar o negócio, agora, envolve uma permuta por um terreno em Joinville. A alternativa, apurou a coluna, foi colocada na mesa nos últimos dias.

O imóvel em questão pertence ao Estado e fica exatamente ao lado de um instituto tecnológico do Senai na Zona industrial de Joinville, na Rua Arno Waldemar Döhler. Ele interessa à Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), que tem planos para ampliar a atuação no local. Uma avaliação está sendo feita para mensurar o valor de venda do espaço.

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Veja fotos de drone do Complexo do Sesi

Fontes ligadas à Fiesc disseram à coluna que este imóvel em Joinville custa menos que o Sesi. Se o imóvel de fato fizer parte do negócio, ainda seria necessária uma compensação financeira para igualar os valores.

Com a Série B do Catarinense batendo à porta – a competição começa em maio –, toda a tramitação dificilmente deve ficar pronta a tempo, possibilidade admitida pelos envolvidos. Além disso, o Sesi ainda precisa passar por adequações para receber jogos oficiais, como a reforma dos vestiários, custos que os clubes dizem que assumiriam.

O que dizem os clubes

O CEO do Metropolitano, Francisco Battistotti, diz lamentar a indefinição, que segundo ele prejudica o torcedor blumenauense. O clube ainda não tem certeza de onde vai mandar as partidas no Campeonato Catarinense da segunda divisão. Ibirama é uma opção, mas Battistoti antecipa que, sem o Sesi à disposição, outra alternativa é jogar em Itajaí. Essa possibilidade, “mais próxima e segura”, nas palavras dele, deve ser discutida nos próximos dias.

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O presidente do Blumenau Esporte Clube, Carlos Roberto de Oliveira, o Caio, defende ao menos a locação do Sesi por um contrato curto, válido pelo tempo de duração do campeonato. Mas sem perspectiva de desfecho favorável, o clube já se movimentou e encaminhou um acordo para treinar em Joinville e jogar no Estádio João Marcatto, em Jaraguá do Sul.

O que diz a Fiesc

Em nota oficial, a Fiesc diz que “segue empenhada em avançar nas tratativas para concluir o processo de municipalização do Complexo Esportivo do Sesi em Blumenau”, aprovado formalmente pelo Conselho do Departamento Nacional da entidade em julho de 2022.

A Fiesc também admite que “todas as alternativas e propostas para viabilizar a conclusão das negociações relativas ao Complexo serão avaliadas, inclusive eventuais permutas envolvendo patrimônios que façam sentido dentro da estratégia de atuação” da entidade.

A federação acrescenta ainda que os valores relativos à transferência do patrimônio ao município serão reinvestidos localmente, integrando pacote de investimentos programado pelas entidades da Fiesc na cidade nas áreas de inovação, tecnologia e educação.

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