Ao menos por enquanto a grife Sulfabril não sairá do mercado. Depois de anular o leilão que resultou na venda da maior parte dos bens da massa falida e determinar a desocupação do prédio da antiga fábrica da Rua Itajaí, a juíza Quitéria Tamanini Vieira Péres autorizou a SFB Têxtil – empresa criada para tocar o projeto de recuperação da marca – a continuar explorando o nome daquela que já foi uma das maiores indústrias de vestuário de Blumenau.
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O uso, no entanto, está sujeito a um contrato de licença e é temporário, com vencimento em 28 de fevereiro do ano que vem. Até esta mesma data a empresa deverá deixar o espaço – cerca de 10% dos pouco mais de 40 mil metros quadrados – ocupado dentro do antigo parque fabril. Durante esse período, a SFB também precisará arcar com os custos de aluguel, segurança, manutenção e conservação da área utilizada.
A decisão atende em parte pedido feito pela SFB, que reivindicou à Justiça o reconhecimento da compra, por R$ 2 milhões, da marca Sulfabril junto à Açomat, vencedora do leilão, e a permanência no imóvel até a consolidação de uma nova venda dos bens.
A magistrada, no entanto, anotou que a arrematante firmou contratos – inclusive um de comodato, para uso do espaço – envolvendo ativos mesmo estando inadimplente (foi o atraso no pagamento das parcelas que resultou no cancelamento do leilão, que incluiu o uso da marca) e sem autorização da Justiça.
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Entenda o caso
– Dezesseis anos após a falência, bens da Sulfabril são arrematados em leilão em setembro de 2015. O comprador, no entanto, desiste do negócio poucos dias depois e o segundo maior lance, de R$ 34,1 milhões, vindo da empresa Açomat, é declarado vencedor.
– Os novos donos demonstram interesse em resgatar a marca e em fevereiro de 2016 anunciam uma fusão com a Quality Malhas, de Brusque.
– Depois de alguns obstáculos que atrasaram o início da operação, a primeira coleção da nova Sulfabril é lançada em agosto de 2016.
– Em março deste ano os proprietários decidem abrir uma loja anexa à fábrica da Rua Itajaí.
– No início de novembro, a coluna destacou que a fusão entre nova Sulfabril e Quality Malhas foi desfeita. Uma nova empresa chamada SFB Têxtil, comandada pelo empresário Rafael Cunha (que integrava a sociedade anterior), foi criada para tocar a operação têxtil, enquanto as obrigações com a massa falida e o projeto de revitalização imobiliária do parque fabril ficaram a cargo de um novo grupo de sócios.
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– A SFB faz um contrato de comodato com a Açomat para continuar utilizando parte da área do parque fabril e compra a marca Sulfabril. Os acordos não são reconhecidos pela Justiça.
– Diante do atraso no pagamento das parcelas, Justiça decide, no fim de novembro, anular a venda dos bens da Sulfabril em leilão para a Açomat e determina a desocupação do prédio. Uma nova avaliação do patrimônio será feita para que tudo vá novamente à venda.
– Nesta semana a Justiça, entendendo não haver prejuízo para a massa falida, acatou parcialmente pedido da SFB Têxtil e autorizou a empresa a continuar utilizando parte do parque fabril onde funciona a sua operação e a explorar a marca Sulfabril, mas apenas até 28 de fevereiro de 2018.
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