A InvestSC, agência de atração de investimentos ligada ao governo de Santa Catarina, já trabalha na elaboração de um projeto de benefícios e incentivos fiscais para tentar atrair ao Estado a instalação de uma fábrica de carros elétricos da chinesa JMEV. As tratativas vêm ocorrendo há mais de um mês e se intensificaram recentemente na missão à Ásia liderada pelo governador Jorginho Mello (PL).

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Fundada em 2015, a JMEV fabrica em torno de 150 mil carros elétricos por ano. Os veículos têm autonomia média de 200 quilômetros e alguns modelos podem atingir preços mais populares, que no Brasil poderiam ficar entre R$ 70 mil e R$ 80 mil, segundo uma fonte a par das conversas.

Os chineses ainda estariam avaliando que tipo de investimento fariam no país, se uma linha completa de produção ou, em um primeiro momento, somente montagem dos carros. Mas há o interesse em expansão dos negócios para novos mercados fora da China.

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O deputado estadual Fernando Krelling (MDB), que participou das conversas, disse à coluna que existe concorrência de pelo menos outros três estados pelo investimento: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A aposta catarinense é na força da indústria local, bem ramificada em setores como inovação, tecnologia e metalmecânica, além da segurança e do potencial logístico do Estado. Programas como Prodec e o Pró-Emprego, que concedem benefícios fiscais para atração de novos investimentos e geração de empregos, já foram inicialmente apresentados.

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Segundo Krelling, em caso de um eventual acordo, a região Norte despontaria como favorita para receber o investimento principalmente em função do porto de Itapoá, que recentemente implantou uma nova rota marítima ligando a América do Sul diretamente com a Ásia, com passagens por terminais chineses.

Diretor da InvestSC, Rodrigo Prisco Paraíso diz que a agência, agora, aguarda um novo retorno dos chineses para avaliar como “personalizar” o pacote de benefícios. O Estado pode entrar com incentivos fiscais e na aceleração de licenças ambientais, mas o investidor também olha, lembra ele, para a cadeia de suprimentos e a qualificação da mão de obra disponível, fatores que dependem mais do mercado, mas que são considerados trunfos da economia local.

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