O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou que a Unimed Blumenau reestabeleça, de imediato, o credenciamento de prestadores de serviços médico-hospitalares, clínicos e laboratoriais que haviam sido descredenciados desde que a cooperativa assumiu a gestão do Hospital Santa Catarina – recentemente rebatizado de Hospital Unimed Blumenau –, em julho do ano passado.
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Publicada na noite desta quarta-feira (16) e assinada pelo conselheiro Victor Oliveira Fernandes, a decisão estabelece ainda que a Unimed mantenha, “de forma isonômica e não discriminatória”, o credenciamento e os contratos com prestadores de serviços de apoio à medicina diagnóstica. A medida beneficia empresas descredenciadas que alegaram “estratégia anticompetitiva” da cooperativa na região. O Laboratório Hemos foi um dos que questionavam o caso.
A decisão ocorre em meio a um processo aberto em outubro do ano passado no Cade que apura suposta prática de gun jumping por parte da Unimed Blumenau na compra do Hospital Santa Catarina. O gun jumping é configurado pela não notificação, ao órgão, de ações de concentração de mercado, como aquisições. Em operações desta natureza, o Cade analisa os impactos na concorrência, podendo vetar ou impor condições para que o negócio seja concretizado.
Em um entendimento preliminar, o Cade avaliou que a aquisição, neste caso, deveria ter sido notificada previamente considerando o faturamento das partes envolvidas. A Unimed Blumenau questiona o parâmetro que levaria em conta as receitas do Sistema Unimed como um todo – acima de R$ 750 milhões –, e não apenas da cooperativa local. A decisão desta quarta-feira (16) determinou somente o recredenciamento dos prestadores de serviços, sem uma palavra final sobre a legalidade da transação.
Procurada, a Unimed informou que, em cumprimento à determinação do Cade, o credenciamento de todos os prestadores de serviços médico-hospitalares, clínicos ou laboratoriais que atendem a cooperativa, inclusive o Laboratório Hemos, serão mantidos até a decisão final do processo.
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“A Unimed Blumenau reafirma seu compromisso com a qualidade da assistência oferecida e seguirá acompanhando, com responsabilidade e rigor técnico, os desdobramentos relacionados à gestão de sua rede de prestadores”, diz comunicado enviado aos beneficiários.
Veja grandes empresas de Blumenau que foram vendidas
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A Baumgarten não foi vendida, mas em 2016 anunciou uma fusão com duas empresas alemãs que deu origem à All4Labels (Foto: Divulgação)
A Artex foi incorporada nos anos 2000 pela Coteminas (Foto: Reprodução)
A Mega Transformadores foi comprada em 2000 pela multinacional sueco-suíça ABB (Foto: Reprodução)
A Eisenbahn foi comprada em 2008 pelo Grupo Schincariol. Depois, foi negociada com a japonesa Kirin até ser adquirida pela Heineken (Foto: Divulgação)
Em 2008 a francesa Areva, fornecedora de equipamentos de energia, comprou a Waltec, que mais tarde passaria a integrar a Schneider Electric (Foto: Patrick Rodrigues, BD)
Em 2010 a Wheb Sistemas, fabricante de softwares de gestão de saúde, foi comprada pela multinacional Philips (Foto: Patrick Rodrigues, BD)
A Dudalina foi vendida em 2013 para fundos americanos e um ano depois acabou comprada pela Restoque, hoje Veste S.A (Foto: Patrick Rodrigues, NSC Total, BD)
Desde setembro de 2016 a Bermo, fabricante de válvulas e equipamentos industriais, faz parte do Grupo ARI Armaturen, da Alemanha (Foto: Divulgação)
Em 2017, a CM Hospitalar, dona do Grupo Mafra (atual Viveo), anunciou a compra da Cremer (Foto: Luís Carlos Kriewall Filho, Especial, BD)
Desenvolvedora de softwares de gestão logística, a HBSIS foi comprada em 2019 pela cervejaria Ambev (Foto: Divulgação)
Em março de 2021, a Viveo comprou o Grupo FW, fabricante de lenços umedecidos e dona da marca Feel Clean (Foto: Patrick Rodrigues, NSC Total, BD)
Em 2021 a Cia. Hering aceitou uma proposta de compra do Grupo Soma (Foto: Patrick Rodrigues, NSC Total, BD)
Em 2021 a Hemmer foi comprada pela multinacional Kraft Heinz (Foto: Artur Moser, NSC Total, BD)
A Unimestre, que desenvolvia sistemas de gestão educacional, foi comprada em outubro de 2021 pela Plataforma A+ (Foto: Divulgação)
Em 2021 a fintech PagueVeloz aceitou uma proposta de compra feita pela Serasa (Foto: Pedro Machado, NSC Total, BD)
A agência de marketing digital A7B foi comprada em 2021 pela Adtail, empresa gaúcha do mesmo ramo (Foto: Divulgação)
Em 2021, o Laboratório Hemos foi comprado pelo Grupo Sabin, uma das principais empresas de medicina diagnóstica do Brasil (Foto: Divulgação)
Em 2021, a startup Velo foi comprada pela QuintoAndar, plataforma de moradia (Foto: Reprodução)
Em dezembro de 2021, a marca Sulfabril foi arrematada em leilão pela companhia têxtil catarinense Lunelli (Foto: Lucas Amorelli, BD)
A Movidesk, que oferece soluções tecnológicas de atendimento e suporte a clientes, foi comprada em dezembro de 2021 pela companhia gaúcha Zenvia (Foto: Divulgação)
Em 2021, a fabricante de etiquetas, tags e acessórios de moda Tecnoblu foi comprada pela canadense CCL Industries (Foto: Divulgação)
Em 2024, o Hospital Santa Catarina aceitou uma oferta de compra de R$ 225 milhões da Unimed Blumenau (Foto: Divulgação)