Os outdoors espalhados pela maçonaria que mostram o aumento de gastos da Câmara de Blumenau foram, como já se imaginava, alvo de críticas de parte dos vereadores na sessão ordinária desta quinta-feira. A entidade nega que haja motivação política. O presidente da Casa, Marcos da Rosa (DEM), destacou que, descontada a inflação, o crescimento das despesas chegou a 59%, e não a mais de 170%, como indicam os gráficos.

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Rosa lembrou ainda que parte dessa alta se justifica pela saída da Câmara do prédio da prefeitura, em 2013 – o que resultou em pagamento de aluguel da atual sede –, e pela realização de concurso público para cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público, que determina equiparação no número de servidores efetivos e comissionados. Ele também destacou ações de economia e revelou que a Câmara deve devolver quase R$ 8 milhões de seu orçamento neste ano.

Alexandre Caminha (PSD) sugeriu que a Somar usasse o dinheiro gasto com os outdoors para propor a discussão do voto útil, a mudança do pacto federativo e a alta carga tributária. Já Professor Gilson (PSD) questionou por que a maçonaria e os empresários não se manifestaram quando alguns dos vereadores abriram mão de carros da Câmara e do celular corporativo. Bruno Cunha (PSB) disse que não se pode permitir a "criminalização da política", alegando que os dados expostos estão descontextualizados. Adriano Pereira (PT) considerou que há grupos empresariais que querem manchar a imagem do Legislativo.

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Prova de estremecimento na relação entre parte dos vereadores com a classe empresarial de Blumenau foi a aprovação de um requerimento pela Câmara, também nesta quinta-feira, que questiona a viabilidade da instalação da sede do Legislativo dentro do prédio do Centro Empresarial. O argumento é de que a estrutura teria espaços ociosos e poderia abrigar as atividades dos parlamentares, que economizariam com o aluguel e reduziriam custos, como pedem as entidades.

Trata-se de algo improvável. Pelas circunstâncias, a proposta teve ares de provocação.