Depois da série do The Last of Us, chegou mais uma adaptação vinda dos videogames com bastante dinheiro para marketing: o filme do Super Mario. E, com ele, aquela velha suposição: “Ah, você joga os games do Mario, então você deve estar louca para ver a animação, né?”. Bem, não é bem assim não.
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Eu não costumo gostar de adaptações de videogames para séries ou filmes. Antes de escrever este texto, fiquei pensando por quê. Acho que é uma combinação de coisas.
Talvez a que mais pese é que eles costumam mudar muito os personagens, principalmente a personalidade. Vejam um exemplo superficial no caso do Super Mario: alteraram bastante a aparência deles. E a voz. Acho mal botar um monte de ator hollywoodiano em vez de dar uma chance bacana a quem sempre dublou esses personagens.
A gente sabe o que está por trás de tudo isso. E talvez esteja aí a questão de por que eu não goste muito de adaptações de videogames: esses filmes e séries não são feitos para jogadores.
Julgando pelo trailer, a animação do Super Mario claramente é feita para crianças. No caso do The Last of Us, conheço um monte de gente que não jogou o game, mas ama ver séries e elogiou um monte esta.
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Acho que o que eu quero dizer aqui é que não sou contra a mudança exatamente. Eles podem mudar a aparência e voz da turma do Super Mario porque eles não estão fazendo o filme para mim, jogadora, mas para um público mais amplo. O mesmo vale para o The Last of Us, que contratou uma atriz que não é parecida com a Ellie. E tudo bem.
O que não é exatamente tudo bem é achar que os jogadores têm que ver essas adaptações porque eles jogaram os games. Se eu não estou a fim de conhecer mais sobre os personagens fora dos videogames, tudo bem.
Enquanto estava escrevendo aqui, lembrei de adaptações que acho que combinam mais com os videogames: quadrinhos. Porque elas costumam mudar menos a personalidade dos personagens, assim como a aparência e roupas. Talvez porque não tentem ampliar demais o público.
Eu tenho os quadrinhos do Mass Effect e gostei da publicação do Metal Gear Solid que um amigo me emprestou. Claro que não é uma perfeita projeção do jogo para a outra mídia. Tenho minhas críticas aos quadrinhos do Mass Effect, que conheço bem o game, mas acho que ele foi fiel o suficiente para ser uma adição legal para quem curtiu esse universo.
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Tudo isso para dizer que se você adora jogar os games do Super Mario, mas não está a fim de ver o filme, tudo bem. E se você quer muito assistir, também tudo bem. Se você amou a história de The Last of Us e quer passar ainda mais tempo com os personagens na série, legal. Entretanto, tudo bem se você, como eu, está um pouco cansado dessa franquia, mesmo sabendo que provavelmente o material ficou muito bom.
A Nintendo mora no meu coração. Porém, querida empresa japonesa, não sei se estou a fim de ver o filme do Super Mario e não sou obrigada. Talvez eu me empolgue mais para frente, mas, por enquanto, prefiro passar jogando o tempo que eu usaria assistindo à animação.
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