Fiquei chocada porque a querida Hellena Taylor não será a voz da Bayonetta no próximo jogo, que vai sair em 28 de outubro no Switch. A volta da atriz para fazer a dublagem da bruxa era uma das minhas principais preocupações com o terceiro game e fiquei prestando atenção no trailer para ver se tinha mudado.

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Eu respirei aliviada quando vi que a Bayonetta continua debochada e com sotaque britânico, que eu adoro. Agora não sei dizer se eu notei que não era a Hellena Taylor. A voz neste terceiro jogo será feita pela Jennifer Hale, que faz a comandante Shepard na trilogia Mass Effect. Então acho que estamos em boas mãos, mesmo que não seja nas da Taylor.

Veja o vídeo com a nova voz da Bayonetta:

Escrevi aqui o quanto me preocupava a troca de atriz da série Bayonetta. Mas a verdade é que eu sou da turma que acha que dublagem pode ser algo muito desnecessário.

Explico com um exemplo. Com Skyrim, um jogo em que você tem que ler pra caramba. Precisa ler livros, instruções, menus, inventário. Você passa o game todo lendo.

Diga-me, para que pagar um ator para dizer “eu era um aventureiro que nem você, mas aí levei uma flechada no joelho”? Eu posso muito bem ler essa frase e tudo bem, não preciso que alguém diga isso em áudio.

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A voz dos personagens de Skyrim não me foram marcantes. Talvez a dublagem tenha sido legal apenas para saber como pronunciar algumas palavras. Mas, sinceramente, se não tivesse, eu não sentiria falta.

Vou dar outro exemplo para depois eu explicar em que casos acho que a dublagem é uma boa. Tem um jogo de RPG tático chamado Triangle Strategy. Eu joguei a demo no Switch. É um jogo cujos gráficos lembram os do Super Nintendo.

Caso você não esteja familiarizado com a geração 16 bits, digo que, naquela época, ninguém esperava dublagem não. No máximo, tinham aquelas vozes digitalizadas do jogo d’O Rei Leão, e olhe lá.

Então, por comparação, eu não esperava dublagem em Triangle Strategy. Mas não só ela existe como achei totalmente desnecessária. Os personagens são no estilo anime, e ouvi-los falar em inglês ficou bem tosco. Talvez as vozes japonesas sejam melhores.

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A dublagem em inglês também ficou superexagerada, na minha opinião, com umas entonações muito dramáticas, talvez para combinar com o estilo gráfico.

Veja vídeo com a dublagem em inglês de Triangle Strategy:

Eu leio mais rápido do que os personagens falam, então também era chato ficar esperando a dublagem acabar para aparecer a próxima caixa de diálogo. O bom é que, nas opções, dá para diminuir até zero o volume das vozes.

Mas a dublagem pode ser sim muito bem-vinda. Eu gosto quando ela acrescenta algo, quando ajuda a compor o personagem.

Eu sei que a Bayonetta é debochada parcialmente por causa do trabalho da Hellena Traynor, que combinou com o design da personagem. A voz, neste caso, ajuda o jogador a saber mais sobre a protagonista. Nesses casos, acho que a dublagem acrescenta sim.

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Veja vídeo com o trailer de Bayonetta 2, com voz da Hellena Taylor:

Claro que também há o lado da acessibilidade. Nem sempre o jogador enxerga tão bem, então a dublagem pode ser mais uma ferramenta para ajudar a entender os diálogos. Contudo, acho que seria ainda mais eficiente se todos os jogos tivessem a opção para aumentar o tamanho da letra. E se você acha que não, pode aguardar que um dia a idade vai chegar para você também.

Bom, já deu para a gente bater um papo sobre a dublagem. Mas isso é só um início, só uma reflexão. Semana que vem, caso não tenhamos que interromper a conversa para falar de algo mais urgente, continuamos o assunto. Até lá!

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