No dia em que os telejornais da NSC TV traziam a informação de que 615 mil moradores de Santa Catarina vivem na extrema pobreza, com R$ 150 por mês, a Alesc aprovou um trem da alegria que vai provocar o inchaço da máquina com folha do funcionalismo e nos Poderes em R$ 1,3 bilhão. E sem nenhuma certeza de que o serviço entregue para o cidadão comum irá ser melhor. O contribuinte é que banca essa farra.

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Segundo o Núcleo de Estudo de Economia Catarinense (Necat) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a estimativa é que haja atualmente em Santa Catarina cerca de 752 mil pessoas vivendo com menos de R$ 500 por mês.

As medidas, com origem em projetos do governo do Estado, foram apreciadas a toque de caixa, com pouco debate com a sociedade e em um dos momentos em que a crise provocada pela pandemia ainda é uma realidade brasileira.

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O fato escancara uma desconexão completa do ambiente político com o cenário nacional. O mesmo estado que registra superávit e pleno emprego é, também, o estado em que falta moradia digna, saneamento básico e escola de qualidade em turno integral para milhares de pessoas.

O modelo brasileiro, lamentavelmente, é esse. O país é refém das corporações e do lobby de quem se apropria dos recursos públicos. Vale ressaltar as categorias que estão há muito tempo sem reajuste e que ficam na parte de baixo da pirâmide do funcionalismo e que merecem valorização. As vantagens se acumulam no andar de cima. A novela se repete: teremos notas de repúdio das entidades empresariais, vem o recesso e a população esquecerá.

Só irá mudar no momento em que a sociedade se der conta de que há relação de causa e efeito do dinheiro que se acumula nas mãos de poucos e os serviços precários e indignos entregues ao cidadão.

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