A arquiteta portuguesa Rute Nieto Ferreira, gerente sênior de projetos da Gehl Architects, escritório dinamarquês contratado pela ACIF e CDL da capital para a realização de um projeto de revitalização do Centro de Florianópolis, apresentou, com exclusividade, as propostas iniciais do estudo que está em construção.
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Uma Rua Verde e voltada mais aos pedestres na Rua Esteves Júnior e um boulevard na Avenida Paulo Fontes. As propostas foram mostradas durante a apresentação realizada por ela na abertura do Talk CBN Cidades, na Casa Hurbana, na última terça-feira (28).
Escritório dinamarquês quer “cidade para as pessoas” em Florianópolis:
Os cinco princípios orientadores do trabalho são: Mobilidade sustentável, Espaço público e resiliência climática, Bairros completos e inclusivos, Design para crianças e Turismo sazonal.
Primeira análise
As primeiras conclusões sobre o Centro são:
A extensa rede viária atende aos residentes, viajantes pendulares e turistas — muitas vezes, às custas da qualidade do espaço público, por suas altas velocidades e poucas conexões para pedestres. A velocidade permitida na área escolar não é suficiente para permitir um ambiente seguro para pedestres. A via circular de alta velocidade dificulta a ligação pedonal à orla Centro Sul
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Embora a rede de transporte público conecte o Centro com o restante da cidade e áreas vizinhas, ela é marcada por uma infraestrutura rodoviária excessiva que impede a vida pública. As áreas em torno dos terminais de ônibus poderiam ser otimizadas em benefício da criação de uma melhor qualidade de vida pública no seu entorno?
O Centro tem o tamanho perfeito para caminhar e pedalar, oferecendo acesso a comodidades a não mais de 10 minutos a pé ou de bicicleta. Preencher as lacunas na rede e garantir uma melhor conectividade com a beira-mar poderia aprimorar a experiência de ciclismo.
O número de estacionamentos em superfície é quase equivalente ao de espaços verdes abertos. Esses locais têm um potencial inexplorado para ampliar a malha verde, ligar-se à orla e melhorar o microclima no centro.
Isso é evidente, sobretudo, perto de agrupamentos de escolas, que não dispõem de espaços verdes públicos de qualidade para lazer e recreação por perto.
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Muitos projetos para melhoria dos espaços públicos estão em curso no Centro. Conectar esses projetos e expandir a rede até a orla pode proporcionar uma vida pública sólida, prazerosa e diversificada para toda a população.
Aproveitar o caráter distinto dos agrupamentos de comodidades e usar o potencial dos nós existentes pode nortear o design da rede de espaços públicos, enquanto a adição das comodidades que faltam garantirá a completude dos bairros circundantes.
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