A inadimplência bateu recorde em Santa Catarina. A quantidade de famílias com contas em atraso cresceu. O dado é referente a agosto e o índice chegou a 31,5%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Fecomércio SC em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
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É o maior percentual da série histórica, iniciada em 2010. Além disso, o índice de catarinenses inadimplentes ficou acima da média nacional, de 30,4% — também um recorde — pela primeira vez desde março de 2020.
Juros
Segundo o presidente da Fecomércio SC, Hélio Dagnoni, o resultado é reflexo dos juros altos praticados atualmente no país. A Selic, considerada a taxa básica de juros da economia, está em 15%, o maior patamar em quase 20 anos. Somado a isso, o cenário também é de inflação acima da meta estabelecida pelo Banco Central.
“Se formos comparar com agosto de 2024, exatamente um ano atrás, a taxa de inadimplência subiu enormemente. Em Santa Catarina, ela estava em 22,9%, ou seja, eram 8,6 pontos percentuais a menos do que agora. É um dado bastante negativo, mas que reflete a realidade do momento. Já se esperava um segundo semestre duro este ano, e agora os indicadores estão mostrando isso de maneira clara”, afirma o presidente da Fecomércio.
Segundo a pesquisa da Fecomércio, as famílias que recebem menos de dez salários mínimos são ainda mais impactadas. Nesse estrato, a inadimplência atinge 38,8%. Outro indicador preocupante é o de famílias que relatam não ter condições de honrar suas dívidas futuras — o índice chegou a 9,1%, acima da média histórica de 8,6%.
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Entre os tipos de dívida, o mais comum entre os catarinenses é o cartão de crédito, com 82,8%, uma alta de cinco pontos percentuais em relação ao mês anterior.
Política
O juro alto se explica, principalmente, pela política econômica e fiscal do governo Lula, baseada em aumento de gastos e aumento da dívida pública. O arcabouço fiscal está em descrédito. A economia aquecida, também pela oferta de crédito consignado, ajuda a endividar as famílias, ainda mais com esse juro alto, necessário para conter a inflação.
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