A paralisação das obras dos contornos ferroviários de Joinville e de São Francisco do Sul vai completar 15 anos em 2026 ainda sem perspectiva de retomada. Neste momento, os dois ramais nem estão em discussão na futura concessão da Malha Sul, a ser leiloada em 2026: o debate principal tem sido sobre o formato da concessão, com plano de fatiamento em lotes pelo Ministério dos Transportes, alternativa questionada pelo governo de SC.

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As obras do contorno foram suspensas em 2011 para revisão dos projetos, providência já concluída. No entanto, os novos contratos ainda não foram licitados – até houve tentativa em relação a São Francisco em 2023, mas logo o edital foi cancelado pelo DNIT. Os dois contornos, planejados para retirar a passagem dos trens de cargas da área urbana das duas cidades, fazem parte da linha entre Mafra e São Francisco do Sul, a única da Malha Sul em operação em Santa Catarina.

O plano atual para bancar as obras é por meio de recursos federais. Houve tentativas de inclusão dos contornos na nova concessão da Malha Sul, mas há investimentos considerados mais urgentes, como recuperação e reativação de ramais, que tornam as obras improváveis, pelo menos por meio da concessionária.

Pelo anúncio feito pelo Ministério dos Transportes no final do mês passado, o Corredor SC/PR, do qual a linha entre Mafra e São Francisco do Sul, terá investimentos de R$ 4,7 bilhões no próximo contrato de concessão, com duração de 35 anos. Há dúvidas se há tempo suficiente para a realização do leilão ainda em 2026 e mesmo se o fatiamento da Malha Sul será mantido. Mas é improvável que as obras dos contornos, estimadas em R$ 900 milhões, conforme a Agenda de Infraestrutura da Fiesc, venham a ser incluídas.

A proposta do Orçamento Geral da União para 2026 para o contorno de Joinville prevê R$ 1,5 milhão, recurso que pode ser usado em ações preparatórias, mas insuficiente para permitir o reinício das obras. Para a obra de São Francisco do Sul, a situação é a mesma, com reserva de apenas R$ 1,2 milhão.

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O traçado original do contorno de Joinville teve de ser revisto por causa do crescimento de Araquari, implicando em respectivos novos projetos e licenciamento ambiental. A variante terá 4,3 k, em contorno de 17 km. O contorno de São Francisco terá 17 km de novo ramal. Há ainda as linhas para pátios ferroviários e obras de adequação em rodovias no entorno.