Santa Catarina está defendendo a avaliação de aportes de recursos públicos, estaduais e federais, como forma de viabilizar a concessão em bloco único de ferrovias da Malha Sul. A posição, compartilhada pelos demais Estados da região Sul e Mato Grosso do Sul, foi manifestada nesta terça-feira, em reunião na Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário (Ministério dos Transportes). A solicitação do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) será analisada pelo governo federal.

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Na reunião em Brasília, os representantes dos quatro Estados reafirmaram a posição contrária ao fatiamento da Malha Sul. Conforme o plano de concessões lançado pelo Ministério dos Transportes no final de novembro, a malha será dividida em três corredores, com dois deles com ramais em Santa Catarina. O cronograma prevê a realização dos leilões dos três lotes até o final de 2026. A atual concessão, em lote único, tem contrato com duração até 2027.

A defesa do Codesul é de concessão da Malha Sul em bloco único, como forma de facilitar a integração ferroviária entre os quatro Estados. “(a divisão em lotes) contraria as necessidades logísticas vitais do Codesul. A fragmentação diminui a atratividade dos trechos ao criar insegurança operacional, reduzir escala, limitar investimentos e romper a coerência dos fluxos ferroviários regionais”, alegaram os Estados, em ofício entregue à secretaria.  Para viabilizar a concessão em bloco único, foi defendida a possibilidade de aportes de recursos dos Estados e da União.

Para Santa Catarina, a falta de integração ferroviária mantém a dependência rodoviária em longas distâncias na compra de milho, sem opção ferroviária. Além disso, amplia a saturação de rodovias, por onde vai continuar o escoamento da maioria das cargas para os portos. O Codesul reafirmou a defesa de elaboração de estudo para mapear o que fazer com as ferrovias, com definição de quais trechos devem ser restaurados, modernizados ou mesmo redesenhados.

Além da concessão em bloco único, os Estados querem a recuperação, antes dos leilões, das ferrovias sem utilização da malha. Em Santa Catarina, 210 dos 1,2 mil quilômetros de ferrovias da Malha Sul estão em operação. Foi solicitada ainda a continuidade operacional dos segmentos de linhas em atividade, como forma de evitar lacunas. O secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, afirmou que o ministério vai avaliar as observações do Codesul antes da decisão final sobre a Malha Sul.

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