Está cada vez mais próxima do fim a relação entre o PSL e o governador Carlos Moisés. Um gesto emblemático do afastamento aconteceu nesta quinta-feira, quando o deputado federal e presidente estadual da sigla, Fábio Schiochet, levou o vice-presidente nacional Antonio Rueda para um encontro com o ex-deputado estadual Gelson Merisio (PSDB), adversário de Moisés no segundo turno em 2018.
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Mais do que uma foto, o encontro é a retribuição à visita feita por Merisio a Rueda em Brasília semanas atrás, quando começou a ser pavimentada uma aliança visando as eleições de 2022. Pelo projeto, o PSDB de Merisio e o PSL, sem Moisés, caminhariam juntos na disputa. Assim, o tucano vai trabalhar com Schiochet para a construção das nominatas pesselistas para deputado federal e estadual.
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Moisés e o PSL estão em processo de afastamento desde que o governador teve arquivado o primeiro processo de impeachment, em novembro do ano passado. Na época, o governador deu início a uma coalizão com MDB, Progressistas e outras siglas visando a reconstrução da base parlamentar – um processo avalizado pelo ex-presidente da Alesc, Júlio Garcia (PSD), e iniciado com a nomeação de Eron Giordani para a Casa Civil.
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O novo momento de Moisés chega ao segundo e terceiro escalões do governo
Desde então, Schiochet e outros membros do PSL têm mostrado desconforto com o ingresso de nomes de outros partidos em postos antes ocupados por pesselistas. Ao mesmo tempo, Moisés deu sinais de que pretende deixar o partido em que foi eleito em 2018, a bordo da onda que elegeu o presidente Jair Bolsonaro – que deixou a sigla em 2019. Schiochet explicitou a divergência ao negar que as recentes nomeações para cargos no governo da ex-prefeita de Fraiburgo, Claudete Mathias (PSL), e do suplente de vereador de Florianópolis Gabriel Euclides Lemos tenham a chancela do partido.
– Eu não fiz uma indicação no governo. Esses cargos que estão sendo indicados não são indicações do PSL. Nenhum desses cargos, inclusive o Buligon. Exoneraram mais de 20 cargos de indicação do PSL nos últimos 30 dias – reclamou Schiochet.
O presidente estadual fez referência à posse do ex-prefeito chapecoense Luciano Buligon (PSL) como secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, decisão pessoal de Moisés. Em setembro do ano passado, Schiochet chegou a intervir no diretório municipal do PSL para tentar impedir a aliança com o Patriota alinhavada por Buligon.
Moisés tem convite do Republicanos para filiação, mas ainda acredita que possa conquistar junto ao presidente nacional do PSL, deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE) o controle da sigla no Estado. A participação de Rueda, aliado de Bivar, nas articulações com Merisio para 2022, indica que a chance do governador controlar o PSL catarinense é ínfima.
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Merisio admitiu que pretende construir um projeto conjunto com PSDB e PSL para as próximas eleições, negando a possibilidade de deixar o ninho tucano – onde está desde 2019, após deixar o PSD em que concorreu a governador. Merisio diz que agenda com os pesselistas não é apenas política.
– Fui procurar o PSL, que ainda é o partido do governador, para discutir como podemos compensar em Brasília esse apagão de autoridade e liderança que o Estado está vivendo – afirmou.
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