O PSL catarinense decidiu, no final da noite de segunda-feira, aplicar sete meses de suspensão das atividades partidárias dos quatro deputados estaduais que fazem oposição ao governador Carlos Moisés (PSL). A ala bolsonarista da legenda, composta por Ana Campagnolo, Felipe Estevão, Jessé Lopes e Sargento Lima ficará, assim, impedida de atuar em nome do partido na Assembleia Legislativa – o que incluiria a participação em comissões, inclusive a CPI dos Respiradores, da qual Lima é presidente e Estevão, integrante.

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A reunião da executiva estadual foi conduzida pelo presidente do PSL-SC, o deputado federal Fábio Schiochet. O grupo dissidente está em colisão com Moisés desde o ano passado, quando apontava divergências nas decisões tomadas pelo governador em relação ao presidente Jair Bolsonaro. Na época, as críticas de Ana Campagnolo e Jessé Lopes ao governador nas redes sociais levaram à abertura de processos disciplinares – Lima e Estevão seriam incluídos depois.

No início da madrugada desta terça-feira, Lima manifestou-se em suas redes sociais vinculando a decisão do PSL-SC a sua presença como presidente da CPI que investiga a compra de 200 respiradores de UTI por R$ 33 milhões pagos antecipadamente. A transação, revelada pelo site The Intercept, ganhou repercussão e desembocou na Operação 02 – força-tarefa que reúne Polícia Civil, Ministério Público de Santa Catarina e Tribunal de Contas do Estado. Dois secretários do governo Moisés pediram exoneração desde que o caso veio á tona: Helton Zeferino, da Saúda, e Douglas Borba, da Casa Civil.

– Justamente neste momento, em meio a essa crise, o PSL de Santa Catarina interpretou que seria uma emergência afastar estes deputados das suas atividades. O que me causa maior surpresa ainda é que o secretário-geral do partido, o senhor Douglas Borba, ex-chefe da Casa Civil, é uma das principais figuras em todo o processo que é objeto de estudo da CPI – disse Lima.

Borba foi afastado da secretaria-geral do PSL-SC em 8 de maio, dia da deflagração da Operação 02. Advogado de Sargento Lima, Marcelo Pontual diz que a decisão do PSL-SC é uma tentativa de “obstrução de Justiça” e que recorrerá ao PSL nacional. A Assembleia Legislativa ainda precisa ser comunicada da decisão partidária – não há na história recente do parlamento catarinense episódio de suspensão de atividades partidárias de deputado estadual por decisão da legenda.

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