A cerca de 48 quilômetros de Blumenau, na pequena cidade de Luiz Alves, uma agricultora está colhendo morangos maiores, mais saborosos, com uma cor bem vibrante e, claro, livre de agrotóxicos. A produção ainda é pequena, mas dona Vilma Fontanive Reichert sabe do potencial do negócio e, inclusive, tem uma receita um tanto inusitada para entregar aos clientes frutos com selo de qualidade.
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Ela está usando farinha de peixe fermentada como ingrediente do biofertilizante que utiliza para adubar a plantação. Tanta preocupação com o que vai oferecer para a mesa das pessoas faz sentido. A agricultora era merendeira antes de assumir a vida no campo em jornada integral e hoje tem uma caixa d’água como “panela” para fazer o preparo especial que dá mais vida e sabor aos morangos.
— São 100 litros de água, amido de milho, açúcar mascavo, farinha de peixe e esterco de galinha. Fica um pé saudável e ajuda até na resistência de doenças na planta. É um produto muito bom — garante.
Dona Vilma conta que a mistura fermenta por pelo menos uma semana e, após pronta, vai direto para terra. O resultado, garante a agricultora, aparece no tamanho, na cor e no sabor dos frutos. Além disso, um pé de morango que antes dava frutos por dois anos, ganha sobrevida. É que, com a nova fertilização, o solo fica mais equilibrado, os pés mais resistentes e a colheita passa a durar três anos.
— O produtor tem tido uma redução de problemas com doenças que apodrecem a raiz, tem tido um aumento do número de raízes, que absorve mais água de nutrientes, e ele também tem melhorado a qualidade do fruto. Isso é que é muito importante. Então, ele praticamente não tem mais utilizado agrotóxico, ou diminuído muito o uso de agrotóxico — afirma Alexandre Visconti, supervisor de Pesquisa da Estação Experimental da Epagri de Itajaí.
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A moradora de Luiz Alves cuida de quase três mil pés de morango e a ideia é ampliar a produção.
— As mulheres que fazem bolo em casa procuram primeiro o meu morango. O ano passado, já coloquei nas creches de Luiz Alves. E esse ano a nutricionista já veio atrás para eu ir me preparando já para fazer isso novamente — conta dona Vilma, entusiasmada.
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