O advogado Cezar Bittencourt, que defende o ex-ajudante ordens Mauro Cid, deixou escapar em entrevista à Globonews que Jair Bolsonaro sabia do plano para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Minutos depois, no entanto, ele voltou atrás da informação.
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Bittencourt foi entrevistado por Andréia Sadi na tarde desta sexta-feira (22). Ao vivo, ele falava sobre o depoimento prestado por Cid ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na quinta (21).
A jornalista questionou o advogado se Cid confirmou que Bolsonaro sabia do plano de golpe de Estado, e perguntou se o ex-ajudante de ordens disse sobre o plano de execução de Lula, Alckmin e Moraes:
— Ele confirma que Bolsonaro sabia?
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— Confirma que sabia, sim. Na verdade, o presidente de então sabia tudo, comandava essa organização — disse o advogado. Segundo ele, Cid teria participado do plano como assessor, verificando fatos, os indicando ao chefe (no caso, Bolsonaro), “que teria toda a liderança”.
A entrevista, que foi feita remotamente, no entanto, teve uma interrupção quando a conexão com o advogado cai. Nove minutos depois, ela é reestabelecida e, perguntado novamente, o advogado recua, e disse não ter falado em “plano de morte”.
Sadi questiona:
— Sobre a reunião de 12 de novembro de 2022, aquela reunião que, segundo informações da polícia, teria acontecido na casa do Braga Netto e, ali, foi apresentado um plano, que é esse plano de golpe e de execução. O Cid deu mais detalhes sobre isso?
— Cid deu alguns detalhes. Agora, uma coisa importante que eu tenho que retificar, que saiu uma coisa errada aí, eu não disse que o Bolsonaro sabia de tudo. Até porque o tudo é muita coisa, né. Alguma coisa evidentemente ele tinha conhecimento, mas o que é o plano? O plano tem um desenvolvimento muito grande — disse Bittencourt. — O presidente, segundo a informação, teria conhecimento dos acontecimentos que estavam se desenvolvendo. Isso ele não pode negar, mas não tem nada além disso. Eu não falei plano de morte, plano de execução, de execução como sendo o plano de morte. Falei da execução do plano pensado, imaginado, desenvolvido, nesse sentido. (…) Eu não sei que tipo de golpe poderia ser. Agora, [Bolsonaro] tinha interesse no acontecimento que estava acontecendo aqueles dias, o presidente sabia.
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O depoimento de Cid na quinta, segundo o advogado, detalhou fatos como reuniões e com quem elas teriam ocorrido. O acordo de delação premiada do militar, que estava em jogo e poderia colocar Cid de volta atrás das grades, foi mantido. Antes do novo depoimento, investigadores não estavam satisfeitos com o que Cid havia falado, e consideravam que ele não cumpria a parte dele do acordo.
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