O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, confirmou que a pasta comandada por ele no governo Bolsonaro não tinha elementos sobre fraudes nas urnas nas eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi dada na manhã desta terça-feira (10), em depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O interrogatório faz parte do processo que apura a trama golpista de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro após a derrota no processo eleitoral daquele ano. As informações são do portal g1.

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— No âmbito do Ministério da Justiça propriamente dito — sem ser através da Polícia Federal — não temos setor, nem área nenhuma que trabalhe com essa questão de urnas eletrônicas […]. Tecnicamente falando, não temos nada que aponte fraude nas urnas. Nunca chegou essa notícia até mim — afirmou.

Torres afirmou que quando era questionado sobre o tema por Bolsonaro ou outras autoridades respondia que não havia nada a dizer tecnicamente sobre as urnas eletrônicas.

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— O material que tive acesso eram sugestões de melhorias às urnas eletrônicas – afirmou.

Torres foi o quarto réu ouvido nos depoimentos que ocorrem nesta semana. Na segunda-feira, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, também foram ouvidos. Nesta terça-feira, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, também prestou depoimento.

Ainda estão na lista de depoimentos desta semana o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Bolsonaro, Walter Braga Netto.

Os depoimentos fazem parte da reta final de instrução processual, fase em que as provas são organizadas para embasar o julgamento. É nesta etapa também que os réus podem apresentar as defesas e responder às acusações.

Este grupo é o chamado “núcleo crucial” da organização criminosa da trama golpista investigada pelo STF.

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