Após a morte de um morador de Florianópolis por hipotermia, a Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família irá elaborar uma nota técnica com orientações aos municípios para a abertura de abrigos e serviços para abordagem de pessoas em situações de rua. O objetivo é garantir o acolhimento desse grupo e evitar que outras mortes semelhantes ocorram durante o período mais frio do ano.
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Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC), as mortes por hipotermia não são tão comuns em Santa Catarina. Entre 2014 e 2023, três óbitos foram registrados no Estado, todos em 2016, em Mafra, São Joaquim e Balneário Camboriú. As vítimas eram homens e tinham 33, 48 e 58 anos.
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No entanto, o óbito registrado em Florianópolis na segunda-feira (12) ainda não foi contabilizado nos dados oficiais. Conforme o governo estadual, a vítima foi identificada como Simon Bertolo, 41 anos, natural de Santo Cristo, no Rio Grande do Sul, e que estava em situação de rua.
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Porém, a Dive informou que ainda não recebeu a notificação sobre o caso. O prazo para que a morte seja inserida no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, é de 60 dias.
Em nota, a prefeitura da Capital informou que ainda investiga a causa da morte e que a vítima era atendida pelos serviços de Assistência Social e Saúde do município desde 2020.
“Nossas equipes estão trabalhando para tirar das ruas as pessoas que não têm para onde ir e levá-los para nossos abrigos que funcionam em tempo integral e estão prontos para receber e cuidar de quem mais necessita de auxilio”, escreveu o secretário Leandro Lima.
Para evitar que novas mortes ocorram durante o inverno, a Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família está elaborando um documento com orientações sobre a abertura de abrigos e serviço de abordagem para pessoas em situações de rua. Além do acolhimento a partir dos avisos da Defesa Civil, a nota também fala na utilização de recursos de situações de calamidade para esse fim.
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“Cabe aos municípios o papel de abordar pessoas em situação de rua e distribuir cobertores caso elas não queiram dirigir-se a um abrigo, já que o direito de ir e vir precisa ser resguardado. A exceção se aplica somente em casos de determinação judicial. A orientação é de que todos os abrigos tenham também uma área para abrigar pets, visto que muitos dos acolhidos possuem animais”, disse a pasta em nota.
Além disso, o governo pretende intensificar outras ações com os abrigos, como a adoção do auxílio lenha. As ações fazem parte do projeto Estação Inverno Santa Catarina, que foi lançado pelo governo estadual em 1º de junho e segue até 30 de setembro, e tem como objetivo planejar iniciativas em diferentes áreas durante a temporada de inverno.
“Em boa parte do território são necessárias medidas para proteger especialmente as pessoas mais vulneráveis ao frio, como por exemplo, pessoas em situação de rua. Dessa forma, a Secretaria fará a capacitação dos municípios catarinenses para ações de atendimento à população no inverno”, finaliza.
Confira cuidados com o frio
- Atenção com a população mais vulnerável, como idosos, crianças, enfermos e moradores de rua
- Abrigue animais domésticos nas noites mais frias
- Procure se agasalhar bem e beber bastante água
- Evite locais fechados ou com aglomeração de pessoas e mantenha a higiene das mãos
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