Basta caminhar pela calçada da Rua Otto Boehm para notar que a região possui uma identidade própria em Joinville. São prédios residenciais de luxo, comércios variados, restaurantes entre os mais bem avaliados da cidade e árvores que tornam o local único. É nessa área que, pelo menos, nos próximos 30 anos, construtoras vão mirar para terem edifícios na maior cidade de Santa Catarina.
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O motivo é uma lei que entrou em vigor em outubro de 2023. Apesar de ser do ano retrasado, o conceito ainda é novo. Trata-se da Operação Urbana Consorciada Quadra Cultural, que engloba os bairros América, Atiradores e Glória, e possui como principal objetivo transformar a região em um local atrativo e de qualidade.
Conheça a área nobre de Joinville dentro da Quadra Cultural
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A proposta é por meio de criação de operação urbana consorciada, dispositivo no qual a receita com outorgas, como pagamento pelos empreendedores para construir mais do que o permitido, é utilizada dentro do perímetro em melhorias.
Nomeada Quadra Cultural, a lei abrange a área entre trecho da rua Lages e entorno da Otto Boehm, com perímetro até parte da Eusébio de Queiroz. O entorno da Aquidaban até a Henrique Meyer também faz parte do mapa da operação urbana consorciada. As receitas com as contrapartidas poderão ser usadas em investimentos no Cemitério do Imigrante, Casa da Memória, Museu de Arte de Joinville, Cidadela Cultural, mobilidade e infraestrutura urbana.
— A ideia de criar a quadra surgiu para que o local tivesse uma identidade própria, assim como a Via Gastronômica, por exemplo. Queremos criar uma cidade mais humana, que reúne vitalidade urbana, onde é gostoso caminhar, ter segurança, onde se possa levar o filho a pé para a escola, arborização adequada, iluminação pública de qualidade, ao invés de ser só muros e portarias — afirma Marcel Virmond Vieira, secretário de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville.
Construtoras de luxo miram empreender na região
Antes da Quadra Cultural, a região já recebia diversos investimentos imobiliários. Um desses investimentos é o edifício Opera, o prédio mais alto de Joinville, com 30 andares e 126 metros de altura, que teve a construção iniciada antes da lei entrar em vigor.
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Para construir o edifício, foi preciso o pagamento de R$ 1,7 milhão em outorga. Se a construção tivesse iniciado com a lei em vigor, o dinheiro seria destinado a uma reforma ou melhoria no espaço.
— É uma região que engloba o que tem de melhor em Joinville. Reúne os melhores restaurantes, escolas, serviços valorizados na cidade, e tudo isso traz valorização. Nossos projetos foram desenhados para que pudessem contribuir com a transformação da região — afirmou Joel Zonta, CEO da Halsten Incorporadora, dona do edifício Opera.
De acordo com Marcel Vieira, há dois empreendimentos na região que já aderiram à operação. As construções possuem projetos de requalificação do Museu de Arte de Joinville e da Rua Aquidaban, e devem ser entregues nos próximos anos.
— Junta a cultura e economia criativa da região com a fome do mercado imobiliário em uma região nobre da cidade, canalizando os recursos da construção civil para devolver em recursos para a comunidade. A sociedade ganha essas obras de requalificação em um processo mais rápido do que se fosse de outra forma — afirma Virmond.
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Ainda de acordo com o secretário, há em torno de oito prédios residenciais de grande porte que devem chegar na Quadra Cultural.

Área nobre é desejada por moradores em Joinville
A região que abrange a Quadra Cultural fica no coração de Joinville. É nesta pequena porção territorial que se concentram equipamentos de cultura e lazer, como o Museu de Arte de Joinville, Instituto Juarez Machado, Parque das Águas, Cemitério dos Imigrantes e Cidadela Cultural.
Mas também é nesta área que estão alguns dos serviços e comércios mais visados de Joinville. Foi para aproveitar a região que Otávio Pereira se mudou de Curitiba para a maior cidade de Santa Catarina.
— Eu moro na Otto Boehm há mais de quatro anos. O que fez eu querer mudar para essa região é a localização e a praticidade. É perto de tudo que eu preciso, e os melhores restaurantes da cidade estão aqui — disse o morador.
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De acordo com dados da prefeitura de Joinville, a região possui rendimento médio de 5,69 salários mínimos, sendo a média na cidade de 2,7. Ainda, a densidade demográfica destes bairros varia em torno de 27,52 habitantes por hectare, sendo a média na cidade de 26,18.
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