Uma mãe atípica de Chapecó viu na corrida uma forma de unir pessoas em prol da causa autista e ampliar sua divulgação. Eliete Matos, educadora física, percebeu, ao concluir uma prova, que aquele ambiente poderia ser um espaço ideal para levar uma mensagem importante: autismo não tem cara.
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— Eu terminei uma corrida, olhei pra tudo aquilo e pensei: ‘quantas pessoas têm em uma corrida? Como eu vou fazer para divulgar?’ Vou correr com a camisa— conta.
Um grupo de corrida engajado com a causa foi criado em 2023 e, desde então, participa de provas, sempre levando a mensagem estampada nas camisetas.
No último domingo (27), mais uma vez, diversos participantes — entre mães e pais atípicos e neurotípicos — correram juntos, desta vez na segunda edição da Corrida Let’s Go Training em prol do Autismo, um evento aberto que reuniu mais de mil corredores, entre adultos e crianças, em Chapecó, segundo Eliete.
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Veja imagens do grupo de corrida
Autismo não tem cara
Assim como outras mães e pais, Eliete enfrentou as dificuldades de adaptação e a falta de conhecimento da sociedade sobre a condição, em uma busca constante por respeito e igualdade. Por não se tratar de uma doença e não apresentar características físicas específicas, muitas vezes as vivências de pessoas autistas e suas famílias não são compreendidas.
— Uma das frases que eu mais escutava quando o Joaquim começou a se desenvolver, começou a falar, começou a frequentar os locais, era: ‘Mas ele não tem cara de autista’. Mas qual é a cara do autista?— , questiona-se Eliete.
Joaquim, de 4 anos e 5 meses, é o segundo filho de Eliete e recebeu o diagnóstico de autismo quando tinha 1 ano e meio.
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Veja vídeos da corrida
— Vivendo dentro do mundo atípico e vendo a necessidade de falar sobre, porque eu não encontrava pessoas para trocar experiências sobre o autismo, eu senti na pele, no nosso mundo, que precisava divulgar sobre isso. Então, montei o meu grupo de corrida e resolvi levar a causa autista na minha camiseta. Onde a gente for correr, a gente vai divulgar o autismo. Esse é o meu propósito de vida— , afirma.
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Atualmente, cerca de 60 pessoas participam do grupo vestindo a camisa do movimento criado por Eliete.
— Eu assimilo muito a corrida com o autismo, porque é exatamente a mesma coisa. É um passinho de cada vez (na corrida). No autismo também é um passinho de cada vez— , completa.
A história de Eliete, Joaquim e sua família, assim como a de outras famílias atípicas, foi contada em uma série de reportagens especiais exibidas pelo JA Chapecó ao longo do mês de abril, em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
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