A araponga (Procnias nudicollis), ave símbolo de Santa Catarina, voltou a ser registrada em Criciúma após décadas sem avistamentos confirmados. O registro visual ocorreu há um mês, no dia 20 de setembro, e foi feito pelo morador Anderson Oliveira.

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De acordo com o biólogo Vitor Bastos, que monitora espécies silvestres na região, este é um marco histórico para a fauna catarinense.

— Antes disso, já haviam sido feitos registros de áudio, por mim e por outros moradores de Criciúma e Cocal do Sul entre 2021 e 2025. Mas agora, pela primeira vez, temos a comprovação em imagem — destacou.

Também conhecida como “ferreiro”, a araponga recebeu esse nome por conta do seu canto metálico, semelhante ao som de um martelo batendo em ferro. De acordo com o Parque das Aves, o canto, que pode ser ouvido a quilômetros de distância, representa o povo trabalhador, motivo pelo qual a espécie foi escolhida como símbolo do Estado.

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A araponga é uma ave migratória, que pode ser encontrada de Pernambuco ao Rio Grande do Sul. Quando jovens, têm plumagem marrom com manchas esverdeadas. O macho adulto adquire penas brancas e um papo azul ou verde-jade metálico, que reflete a luz como um cristal. As fêmeas são menores e mantêm coloração mais discreta.

Segundo o biólogo, o reaparecimento da espécie indica uma recuperação ambiental importante:

— É um retorno que representa esperança, equilíbrio e renascimento das nossas florestas — afirmou.

A espécie está categorizada como Quase Ameaçada (NT) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), devido ao desmatamento e à captura ilegal.

— Graças às ações de educação ambiental, ao trabalho de preservação da fauna e à atuação da Polícia Militar Ambiental, espécies emblemáticas como esta voltam a ocupar o que é delas por direito: as matas do Sul de Santa Catarina — completou o profissional.

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