Yeesco tinha sede em Brusque, no Vale do Itajaí (Foto: Patrick Rodrigues, Arquivo NSC)
Um levantamento mostrou que os bens da Yeesco não seriam suficientes para pagar nem 1% da dívida da empresa com credores. A catarinense gigante do e-commerce teve a falência decretada em outubro, após vir à tona uma enxurrada de reclamações sobre pedidos não entregues a clientes em todo o Brasil.
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Segundo o Escritório Medeiros Administração Judicial, designado para cuidar do caso, o auto de arrecadação dos bens localizados, apresentado no mês passado, aponta cerca de R$ 650 mil em ativos das duas lojas físicas e veículos da Yeesco, com sede em Brusque, no Vale do Itajaí.
“Embora tenham sido apresentadas propostas para a aquisição de determinados bens, até o momento não houve homologação judicial das respectivas vendas”, informou o escritório.
A empresa tem uma dívida sujeita a recuperação judicial na casa dos R$ 73 milhões e vai desde fornecedores até valores trabalhistas. Isso sem contar os clientes que compraram pela internet e nunca receberam as mercadorias nem conseguiram o reembolso dos valores pagos. Ou seja, o total bem bens da Yeesco seriam capazes de pagar apenas 0,89% da dívida atual.
O valor final dos débitos tende a diminuir em caso de uma negociação. Para se ter uma ideia, para apenas uma dessas empresas, a Yeesco deve cerca de R$ 38,6 milhões.
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Conforme prevê a lei de falências, a prioridade nos pagamentos será para salários vencidos nos três meses anteriores à decretação da falência, limitados a cinco salários mínimos por trabalhador, que serão quitados tão logo haja disponibilidade de recursos.
“A Administração Judicial recebeu inúmeros pedidos de habilitação de crédito decorrentes de atrasos na entrega, não entrega ou devolução de produtos. Contudo, ainda não é possível estimar o passivo total da massa falida, uma vez que tais requerimentos encontram-se em fase de análise”, diz o escritório.
Cia. Hering (1880) – Criada em Blumenau no século 19, tornou-se uma das maiores do Brasil em vestuário e implantou uma bem-sucedida operação no varejo. Em 2021, foi comprada pelo Grupo Soma (Foto: Divulgação)
Baumgarten (1881) – Começou imprimindo jornais em Blumenau e, depois, virou uma das maiores gráficas de rótulos das Américas. Em 2016, fundiu-se com empresas alemãs, criando a All4Labels (Foto: Patrick Rodrigues)
Döhler (1881) – Também fundada por um imigrante alemão, em Joinville. É conhecida como uma das principais marcas de produtos para cama, mesa e banho do Brasil. (Foto: Reprodução)
Grupo H. Carlos Schneider (1881) – O grupo, de Joinville, reúne sete empresas de diversos segmentos, entre elas a Ciser, fabricante de soluções em fixação, e a Hacasa, de empreendimentos imobiliários. São mais de 2 mil funcionários e 20 mil clientes em mais de 25 países (Foto: Divulgação)
Karsten (1882) – Fabrica artigos de cama, mesa e banho. Em 2014, integrantes da família fundadora decidiram vender uma fatia da empresa de Blumenau para novos acionistas (Foto: Lucas Correia, BD)
Aludin e Grupo Fretta (1895) – Nasceu na colônia de Azambuja, hoje Pedras Grandes. Destaca-se no varejo com a rede Casas Fretta, mas diversificou negócios e entrou na construção civil e na indústria (Foto: Divulgação)
Pureza (1905) – Localizada em Rancho Queimado, começou as atividades fabricando cerveja, mas hoje é mais conhecida pela linha de refrigerantes, especialmente do sabor guaraná (Foto: Divulgação)
Firma Weege/Malwee (1906) – Nasceu como comércio, cuja principal atividade em Jaraguá do Sul era o açougue. Antes de lançar a marca de moda Malwee, a família também teve frigorífico (Foto: Divulgação)
Lepper (1907) – Outra grande fábrica têxtil fundada em Joinville e atuante até hoje com uma linha de produtos de cama, mesa e banho (Foto: Divulgação)
Hoepcke (1913) – Fabricante de rendas e bordados fundada em Florianópolis, mas que no fim da década de 1970 transferiu as atividades para São José (Foto: Reprodução, Fiesc)
Hemmer (1915) – Nasceu quando um imigrante alemão decidiu produzir chucrute em Blumenau. Depois vieram as conservas e molhos como mostarda e ketchup. Foi comprada pela Kraft Heinz (Foto: Artur Moser, BD)
Minancora (1915) – Criada pelas mãos de um farmacêutico português em Joinville e famosa pela pomada homônima usada para tratamento da pele (Foto: Reprodução, Facebook)
Wanke (1918) – Iniciou sua trajetória como fábrica de instrumentos agrícolas montada para garantir a subsistência de uma família de imigrantes austríacos (Foto: Divulgação)
Altenburg (1922) – Maior fabricante de travesseiros da América Latina, iniciou pela imigrante Johanna Altenburg em Blumenau. Fabrica artigos de cama, mesa e banho (Foto: Patrick Rodrigues, BD)
Gaitas Hering (1923) – A história começou pelas mãos de operários e sobreviveu. De Blumenau, é a única empresa de toda a América Latina que ainda produz gaitas de boca harmônicas (Foto: Patrick Rodrigues, BD)
Altona (1924) – Primeira fundição de aço de Santa Catarina, tem sede em Blumenau (Foto: Patrick Rodrigues, NSC Total, BD)