O painel do motorista de ônibus em Florianópolis tem tudo: velocímetro, imagens das câmeras de segurança distribuídas dentro do transporte coletivo que mostram tudo o que está acontecendo entre os passageiros, e o chamado “botão do pânico”, que vem sendo muito utilizado no município. Criado neste ano, já foram 75 acionamentos, de acordo com a Guarda Municipal de Florianópolis.
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O botão é um dispositivo usado para informar a localização do veículo à Guarda Municipal de Florianópolis em diversos casos. De acordo com o inspetor Ricardo Pastrana, os acionamentos foram feitos em relação à situações que o Consórcio Fênix, empresa responsável pelo transporte coletivo na Capital, entendeu como irregulares.
Não há dados específicos para cada ocorrência em que o botão foi acionado, mas, tratam-se de situações como assédio sexual, movimentação suspeita de algum passageiro ou furtos, por exemplo. Atualmente, todos os ônibus possuem o botão, assim como GPS, essencial para que os ônibus sejam localizados nas rotas de cada linha.
O passageiro, ao presenciar alguma conduta irregular dentro do ônibus, pode informar ao motorista, para que ele imediatamente acione o botão do pânico.
— Qualquer infração dentro do ônibus, como um crime ou contravenção penal, o motorista pode acionar a qualquer momento esse botão que é identificado na nossa central, localizada no Consórcio Fênix. Ele é monitorado em tempo real pelas câmeras e pelos GPS, que facilitam a identificação rápida de onde está transitando esse coletivo e a abordagem com a consecutiva prisão desses criminosos, que, por vezes, assediam mulheres dentro dos ônibus — explica Pastrana.
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Casos de assédio
Pastrana afirma que não é possível determinar quantos acionamentos foram feitos por motoristas especificamente para casos de assédio, mas conta que o dispositivo vem ajudando mulheres no momento da denúncia de importunação sexual no transporte coletivo.
Na quarta-feira (1°), uma mulher foi assediada dentro de um ônibus lotado após sair do terminal de Canasvieiras, por volta das 10h45min. Ela contou à Guarda Municipal que um homem estava com “as calças arriadas”, e começou a se encostar repetidamente em seu braço.
Inicialmente, ela achou que o movimento acontecia apenas pelo fato de o ônibus estar lotado, achando que logo ele desencostaria. Foi então que ela pediu para que ele desencostasse a virilha de seu braço, incomodada.
Segundo ela, o homem começou a xingá-la. Para se proteger, a mulher conta que deu uma cotovelada na virilha dele, o que o deixou mais irritado.
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O caso foi parar na polícia depois de o motorista acionar o botão. A Guarda Municipal já esperava o ônibus no terminal, e o suspeito foi levado até a delegacia de polícia.
Na última semana, um homem de 38 anos também foi preso por importunação sexual contra uma jovem de 20 anos dentro de um coletivo. Conforme informações da Guarda Municipal, que atendeu a ocorrência, o homem sentou ao lado da jovem no ônibus e começou a passar uma das mãos na perna dela. Incomodada com a situação, ela reclamou da conduta do homem ao motorista.
Testemunhas que também estavam no transporte coletivo presenciaram o assédio. O motorista, então, informou o caso à Guarda Municipal, que enviou guarnições ao Terminal de Integração do Centro (Ticen), onde o ônibus encerraria a viagem.
Quando o ônibus chegou ao local, por volta de 12h, a guarnição deu voz de prisão ao homem, que foi conduzido à Central de Polícia. Ele foi solto um dia após o crime, e está proibido de utilizar a linha de ônibus onde o crime aconteceu.
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