O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, enfrenta uma situação difícil no governo após o escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com desvios que podem chegar a R$ 6,3 bilhões. Segundo a equipe do governo, a reação de Lupi veio tarde, mesmo o ministro dizendo que as investigações sobre o esquema teriam começado em 2024. As informações são do g1.
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O problema é que ele teria sido alertado cerca de 10 meses antes, sem ação efetiva e imediata sobre o tema, segundo informação revelada no Jornal Nacional. Nessa terça-feira (29), Lupi defendeu que os envolvidos no esquema sejam presos.
Ao GloboNews, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, disse que um novo presidente do INSS será nomeado pelo presidente Lula, e não por Carlos Lupi, como de praxe. Ela explicou que a medida não se deve à falta de confiança no ministro, mas porque Lula “acha que tem que fazer a nomeação do INSS e resolveu trazer pra si”.
Ela também indicou que Lupi deve permanecer no cargo, pois “não há nada” contra ele na investigação sobre a fraude. O esquema se trata de fraudes em descontos de aposentados e pensionistas do INSS, com cobrança de mensalidades como se esses beneficiários tivessem aderido de forma voluntária a associações, mesmo sem autorizar os descontos.
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— Se não tem nada que o envolve, não tem motivo para ser afastado. Eu acho que ele está fazendo as explicações, se defendendo. Obviamente, se tiver alguma coisa que no futuro venha envolvê-lo, e não só ele, qualquer outro ministro, aí sim tem que ser afastado e o presidente não vai deixar de fazer isso — disse a ministra.
Lupi saiu em defesa do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, demitido após uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU).
Possível CPI
Uma possível “CPI do INSS” está sendo temida pelos assessores e líderes do governo, o que, para eles, poderia desgastar a imagem do presidente Lula. Para que a comissão seja criada, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, precisa pautar o assunto.
O número mínimo de assinaturas para protocolar o requerimento da criação da CPI é de 171, o que, segundo o deputado Coronel Chrisóstomo (PL), já teria sido alcançado.
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