Durante o dia em que o primeiro-ministro Alexis Tsipras e o novo ministro das Finanças, Euclid Tsakalotos, enfrentaram a desconfiança de seus pares na zona do euro em Bruxelas, em Atenas os sinais de que um acordo que garanta estabilidade para o país tem de ser alcançado até o final desta semana são cada vez mais evidentes.
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Eurogrupo cobra proposta concreta da Grécia
Entenda por que o “oxi” grego não é um simples “não”
Muitos caixas automáticos já não garantem os 60 euros diários do “corralito” à grega. Faltam cédulas de 20 euros e de 10 euros para completar o valor. Especula-se que os bancos gregos só teriam liquidez garantida até sexta-feira. Nesta terça-feira, completaram-se nove dias de bancos fechados, 11 se for contado o final de semana que antecedeu a decisão de fechar as portas.
Banco Central Europeu garante liquidez à Grécia
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Muitas vezes, a fila para saque vira um debate sobre a situação do país, que os gregos evitam compartilhar com jornalistas. Para muitos, especialmente os que votaram “não” no plebiscito, o “media frenzy” faz o jogo dos credores para forçar o governo do país a aceitar qualquer acordo. Mas a impaciência dos líderes europeus é compartilhada por muitos gregos afetados pelas mais recentes medidas para tentar driblar a falta de efetivo: fechamento de bancos, controle de capitais e restrição de saques. Faltam recursos para comprar remédios e insumos para medicamentos importados, para fechar negócios de importação, para pagar à vista fornecedores habituados com esse tipo de pagamento.
Euclidis Tsakalotos é o novo ministro das Finanças da Grécia
Em um supermercado na área central da cidade, não havia sinal de desabastecimento. Ao contrário, todas as prateleiras estavam abarrotadas. Mas a responsável negou autorização para registrar a imagem positiva com humor negativo. O que é notável é a quantidade de turistas na cidade. Mais do que nunca bem-vindos, ajudam a irrigar com seu dinheiro uma economia com liquidez no limite.
Gregos decidem pelo “não” em plebiscito e lotam praça
Circula nas redes sociais uma campanha para pegar carona na popularidade do plebiscito que desafiou a Europa. A proposta é mais ou menos assim: “ajude a Grécia a resistir passando muito bem, passe as férias na Grécia”. Neste verão, entre os mais quentes da Europa, as cobiçadas ilhas de Mikonos e Santorini estão lotadas. Mas seriam necessárias milhares de ilhas para encher os desidratados cofres gregos.
Marta Sfredo: desesperança marca escolha de gregos
A imagem ícone da crise – lojas fechadas há muito tempo – surge aqui e acolá, mas não é tão comum. Grandes cadeias europeias, como H&M, Sephora, Mango e Mark’s & Spencer, estão espalhadas pela Rua Ermou, uma espécie de rua da Praia de Atenas. Dentro, muitos turistas, poucos gregos, que resistem a gastar dinheiro que não sabem se estará disponível dentro de poucos dias.
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O que os gregos não devem ter entendido foi a demonstração de irritação da presidente da Lituânia, Dalia Grybauskayté, que disse “para a Grécia é todo tempo ‘mañana'”. Em grego, a palavra para “amanhã” é “to proí”, nem parecido com a versão em espanhol.
*Zero Hora