Caldo de ossos virou uma febre nas redes sociais, aclamado como um “elixir” natural para saúde e beleza, capaz de fortalecer articulações, proteger a pele e melhorar a digestão de dentro para fora.
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Contudo, essa bebida ancestral que conquistou o mundo do bem-estar esbarra em uma realidade: a maioria dos benefícios propagados ainda não tem a confirmação da ciência. Afinal, ele é um superalimento ou apenas uma tendência nutritiva que empolga mais do que prova?
Apesar do entusiasmo dos influenciadores, especialistas ouvidos pelo The New York Times alertam que as promessas carecem de evidências sólidas.
Pesquisadores e nutricionistas que discutem a eficácia do caldo, concluíram que ele é saudável, mas não um milagre. É essencial separar o valor nutricional do marketing para entender o que você está realmente consumindo.
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O que torna o caldo de ossos tão popular?
O bone broth é feito a partir do cozimento lento, por longas horas, de ossos de animais como boi, frango ou porco, extraindo proteínas, minerais e, principalmente, colágeno. Essa técnica milenar, usada em várias culturas, ressurgiu como um ícone do slow food e do movimento de saúde intestinal. O líquido espesso, rico em sabor, é consumido puro ou como base de sopas.
Nas redes sociais, o caldo de ossos é apresentado como um elixir que “cura de dentro para fora”, despertando o interesse de consumidores que buscam soluções naturais para a saúde. Essa popularidade é impulsionada pela promessa de benefícios como regeneração de articulações e fortalecimento da imunidade, fazendo dele um dos alimentos mais discutidos no nicho de bem-estar.
Colágeno e articulações: a promessa se sustenta?
Muitos fãs bebem o caldo pensando em suas articulações, pois contém aminoácidos essenciais para a produção de colágeno, como glicina e prolina. Para Keith Baar, professor da Universidade da Califórnia, a ideia “faz sentido em teoria”, já que suplementos concentrados de colágeno e gelatina mostraram resultados positivos em estudos.
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Todavia, a quantidade desses aminoácidos no caldo caseiro varia muito e, frequentemente, não alcança as doses usadas nas pesquisas científicas. A professora Louise Burke, da Universidade Católica Australiana, explica que ainda não há evidências de que o caldo de ossos tenha os mesmos efeitos dos suplementos de colágeno, ou seja, ele pode ser nutritivo, mas sem garantia de proteger suas articulações.
A saúde do intestino e a falta de prova
Outro grande argumento dos entusiastas é o poder anti-inflamatório intestinal, devido à glutamina presente no caldo. Estudos com suplementos de glutamina realmente indicaram efeitos positivos na redução de inflamações intestinais, dando base a esta crença.
O gastroenterologista Michael Camilleri, da Clínica Mayo, aponta que um estudo com camundongos observou menor inflamação intestinal após o consumo do caldo por 10 dias. No entanto, o médico pondera que é muito cedo para cravar que o alimento tenha o mesmo efeito curativo em humanos, ressaltando que ainda faltam pesquisas definitivas que confirmem a promessa.
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