O advogado da deputada federal Carla Zambelli, Fabio Pagnozzi, disse que a parlamentar aceitaria cumprir a pena de prisão no Brasil. A declaração aconteceu em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, nesta sexta-feira (15). As informações são do g1.

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— Ela [Carla Zambelli] não se opõe a cumprir pena no Brasil, o que a Carla sempre disse é que ela quer estar em um país que ela pode ser julgada por pessoas imparciais. Então, o momento atual do governo aqui é onde a Carla não quer ser julgada ou cumprir pena. Ela foge, hoje, realmente das penas exorbitantes e penas ideológicas do Supremo Tribunal Federal — disse Pagnozzi.

Carla Zambelli foi condenada a cumprir 10 anos de prisão no caso envolvendo invasão do site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e passa por novo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ela pode ser condenada a cumprir mais cinco anos pelo caso da perseguição armada antes da eleição de 2022. O advogado vê como excessiva a possível nova pena e cita a condição de saúde de Zambelli, que passou mal durante audiência no dia 13.

— A questão de saúde é a número um. A deputada, como todos sabem, ela tem inúmeros problemas de saúde, dentre eles problema de coração, e ela retirou um tumor do cérebro anos atrás. São, realmente, vários problemas que não são compatíveis com a carceragem — afirmou.

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Zambelli solicitou à Justiça italiana que passasse por uma perícia médica independente, paralela à avaliação que será conduzida por um perito oficial do Estado. O pedido foi atendido. A busca é pela concessão de uma prisão domiciliar.

Julgamento retomado

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta sexta-feira (15) o julgamento da deputada por perseguição armada a um homem negro, apoiador do presidente Lula, na véspera do 2º turno de 2022.

O ministro Gilmar Mendes é o relator do processo que trata dos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O Supremo tem maioria para condenar a deputada a 5 anos e 3 meses de prisão, além da cassação de seu mandato.

Acompanharam o relator os ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli.

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Caso Zambelli

Em outro processo, que apurou a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli já foi condenada pelo STF. Ela foi condenada a 10 anos de prisão em regime fechado, perda do mandato e inelegibilidade.

Também foi condenado o hacker Walter Delgatti Neto a 8 anos e 3 meses de prisão. Ambos terão de pagar indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.

Zambelli está presa na Itália desde 29 de julho, aguardando as etapas do processo de extradição para o Brasil.

Caso a extradição seja autorizada, ela deverá cumprir a pena de 10 anos imposta no caso CNJ, além de ter o mandato cassado e ficar inelegível. Se ela também for condenada no processo sobre a perseguição armada, a pena será somada.

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