O inquérito policial que apurou a operação realizada em Criciúma, que causou a morte de Thamily Ereno, de 23 anos, foi concluído pela Polícia Civil. De acordo com a investigação, a agente que efetuou os disparos contra a jovem agiu em legítima defesa. Os documentos enviados ao Poder Judiciário ainda solicitam o indiciamento do motorista de aplicativo por tentativa de homicídio e resistência.
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A operação foi realizada no dia 21 de março, no bairro São Sebastião, por policiais civis, para o cumprimento de um mandado de prisão contra o namorado da vítima, um jovem de 20 anos. Ele é investigado por crimes de tráfico de drogas e organização criminosa. Na ocasião, segundo a polícia, os agentes estavam em duas viaturas descaracterizadas.
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No local, a vítima, o namorado e um motorista de aplicativo, estavam no mesmo veículo. Conforme nota da Polícia Civil de Santa Catarina, o condutor do carro teria dado marcha ré e acelerado contra os policiais, acertando uma das viaturas. Esse foi o motivo para que a agente tivesse atirado contra o automóvel, acertando Thamily na cabeça, no banco de trás. Segundo os investigadores, a conduta foi em legítima defesa.
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“Em uma residência próximo ao local dos fatos, os policiais da Delegacia de Homicídios de Criciúma apreenderam um cartão de memória de uma câmera de vigilância. Embora o aparelho não monitorasse as imagens do local, foi possível capturar os sinais sonoros da abordagem. Ao analisar os dados, verificou-se que durante a abordagem os agentes deram ordens claras de ‘polícia’ e ‘saia do carro’”, diz a nota emitida pela Polícia Civil.
A nota ainda diz que essa não teria sido a primeira vez que o motorista teria se envolvido em um acidente de carro. Assim, ao final da investigação, ele foi indiciado por tentativa de homicídio e resistência. Os elementos colhidos foram encaminhados ao Poder Judiciário e Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), para serem tomadas as providências cabíveis. A policial não foi afastada, e tirou licença.
O namorado da vítima segue indiciado em inquérito policial por suspeita de envolvimento em crimes de organização criminosa e tráfico de drogas.
O que diz a defesa do motorista
O homem chegou a ser preso, porém, teve a prisão preventiva revogada. De acordo com Eduarda Viscardi, advogada responsável pela defesa do motorista, o indiciamento não foi uma surpresa.
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— O desfecho do inquérito policial não é nenhuma surpresa para defesa, sendo que essa imputação está sendo feita a ele desde o dia dos fatos — afirma a advogada.
A defesa aguarda o encerramento do inquérito policial, após o encaminhamento dos documentos ao MPSC.
— Seguiremos acompanhando caso haja denúncia. Após isso, caso houver, serão tomadas as medidas cabíveis — completa Eduarda.
O que diz a defesa da família de Thamily
Em nota, Samuel Santana, advogado responsável pela defesa da família de Thamily Ereno, diz que já tomou conhecimento da decisão.
“No momento este Inquérito será enviado ao Ministério Público para se posicionar se concordam com a conclusão do Delegado de Polícia e então oferecer ou não a Denúncia. O MP terá um prazo de 15 dias para se manifestar, e a família de Thamily estará aguardando pelo posicionamento. Sempre buscando esclarecimento sobre a verdade dos fatos e que a justiça seja feita”, diz a nota.
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Relembre o caso
A ocorrência foi registrada em 21 de março de 2025, quando a jovem foi baleada na nuca em uma ação policial em Criciúma, enquanto estava no banco de trás de um carro de aplicativo. Ela foi conduzida ao Hospital São José, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada do dia 23.
O namorado da vítima era o alvo da operação e foi preso em seguida. O delegado responsável, André Milanese, afirmou que a jovem não possuía passagens pela polícia. Manifestações foram realizadas por familiares e amigos da vítima. Novas ações de pedidos por justiça devem ser feitas nos próximos dias.
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